Investimentos em tecnologia promovem avanços importantes na Educação especial do Estado
Na rede estadual de ensino, já foram investidos mais de R$ 12 milhões em inovações tecnológicas para garantir atendimento educacional de qualidade
A Gerência de Educação Especial, vinculada à Superintendência de Atenção Especializada da Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc/GO), desempenha um papel crucial no processo de inclusão dos alunos com necessidades especiais na rede pública estadual.
Responsável por mediar a oferta dessa modalidade de ensino aos estudantes com deficiência, Transtorno do Espectro Autista (TEA), Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e altas habilidades, a gerência busca garantir que todos os alunos tenham acesso a um aprendizado de qualidade.
O gerente de Educação Especial da Seduc/GO, Weberson de Oliveira Morais, destaca que a gerência trabalha para prover recursos que possibilitem às escolas avançar. Segundo ele, desde o porteiro até o gestor escolar, todos os agentes educacionais estão envolvidos na promoção de estratégias que diminuam as barreiras e promovam o aprendizado de cada estudante que necessita de Atendimento Educacional Especializado (AEE).
“Cada estudante é diferente, com suas especificidades, e exige um olhar cuidadoso da rede pública estadual. Isso é respeito à diversidade”, ressalta ele.
Salas equipadas
Um dos principais focos da gerência é o Atendimento Educacional Especializado (AEE), que oferece atividades, ações e serviços realizados em ambientes diferentes da sala de aula comum para os estudantes com necessidades especiais.
As Salas de Recursos Multifuncionais, por exemplo, buscam ser um complemento às ações realizadas em sala de aula. De acordo com Weberson, os investimentos do governo de Goiás na implantação das Salas de Recursos Multifuncionais e Multissensoriais ultrapassaram a marca de R$ 12 milhões.
Atualmente, a rede estadual de Educação conta com 412 salas, mas, segundo ele, a meta é alcançar 500 unidades até o final deste ano e 600 até 2026, equipando mais de 60% das escolas com esses recursos.
“Essas salas oferecem um ambiente rico em estímulos, desde jogos de memória até o ensino de Braille e Libras, proporcionando um aprendizado inclusivo e adaptado às necessidades de cada estudante”, afirma Weberson.
No AEE, uma das inovações que diferenciam Goiás das outras redes de ensino são as Salas Multissensoriais, implantadas a partir de 2023. O gerente de ensino especial explica que esses espaços são equipados com dispositivos que simulam fenômenos naturais e pontos de luzes de LED, criando um ambiente imersivo e estimulante para trabalhar os cinco sentidos dos estudantes.
As salas utilizam recursos de Inteligência Artificial (IA) e tecnologias inovadoras para promover diferentes tipos de estímulos sensoriais, cognitivos e motores.
“Dentro desses espaços de aprendizagem, podemos simular nuvens carregadas, chuviscos e mudanças de temperatura”, conta Weberson.
Com um tubo de bolhas que muda de cor e uma piscina de bolinhas com minilâmpadas de LED, a Sala Multissensorial oferece um ambiente visualmente estimulante e propício ao aprendizado.
Conforme Weberson, a Gerência de Educação Especial trabalha para garantir que cada estudante com deficiência tenha acesso a um aprendizado inclusivo e da melhor qualidade.
“Com investimentos contínuos e um compromisso firme com a inclusão, o futuro da Educação Especial em Goiás se mostra promissor e cheio de possibilidades”, faz questão de salientar Weberson.
De acordo com ele, atualmente a rede estadual de ensino de Goiás atende mais de 19 mil estudantes no Atendimento Educacional Especializado (AEE).
Escola pública estadual em Goiânia se torna referência no AEE
A rede estadual de Educação possui um padrão uniforme em relação ao Ensino Especial, mas algumas instituições de ensino se destacam por realizar um trabalho diferenciado.
Esse é o caso do Colégio Estadual Jardim Vila Boa, em Goiânia, que se tornou referência na região por sua excelência no atendimento ao Ensino Especial.
Gestor da escola, Reginaldo Fernandes de Souza explica que a instituição atende não apenas seus próprios estudantes, mas também alunos de fora.
A Seduc identifica se o estudante é portador de alguma necessidade especial e a professora do Atendimento Educacional Especializado (AEE) faz uma avaliação detalhada desse aluno em conjunto com a família, utilizando laudos e informações para direcionar o atendimento.
Dentro da sala de aula, o professor regente recebe orientações da professora de AEE sobre como trabalhar com esse estudante e adaptar as atividades de acordo com as necessidades desse aluno.
Reginaldo explica que a professora de AEE divide os alunos por níveis para proporcionar um atendimento mais personalizado e eficaz.
No colégio, o atendimento especializado é realizado no contraturno e busca potencializar as capacidades dos alunos.
O Colégio Estadual Jardim Vila Boa atende hoje 1.400 alunos. Desse total, 50 estudantes, em média, são do AEE.
Uma das grandes inovações da unidade escolar é a Sala Multissensorial, com tecnologia 6D, que trabalha a questão sensorial dos alunos, melhorando a autorregulação e garantindo atividades específicas para estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
O espaço é equipado com diversas tecnologias de IA e seus recursos inovadores colaboram nas atividades motoras, desenvolvimento de habilidades e aumento da interação social.
“Essa sala ajuda principalmente o aluno autista, devido aos equipamentos que ela tem. Ela é uma sala realmente incrível”, destaca o gestor.
Reginaldo compartilha que, no início, era resistente à implantação da Sala 6D no colégio, mas foi convencido por colegas. Hoje, ele vê o impacto positivo que o atendimento especializado tem na vida dos alunos e de suas famílias.
“Temos estudantes com alto índice de comprometimento cognitivo e intelectual que não conseguiam aprender, mas que agora estão ingressando nas universidades e concluindo cursos como Ciências da Computação, Pedagogia e História”, destaca o gestor.
“É muito gratificante ver o quanto o nosso papel de educador é importante na vida deles e de suas famílias”, enfatiza Reginaldo.
Vanilda Ferreira é uma das professoras de AEE na unidade escolar. Ela acompanha de perto a rotina dos estudantes com deficiência em sala de aula e também as aulas oferecidas no contraturno para o atendimento especializado.
Para ela, o acompanhamento a esses alunos é fundamental e contribui significativamente para o desenvolvimento deles.
“Trabalhamos de modo a alcançar o aluno com deficiência e tornar o conteúdo mais acessível, para que eles possam compreender o conteúdo e absorver o conhecimento. Esse é nosso papel e fazemos isso com muito amor”, completa ela.
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