Diesel mais barato: Petrobras reduz preço em R$ 0,12 e promete alívio (moderado) nas distribuidoras
Preço médio nas refinarias passa a ser de R$ 3,43 por litro; redução na bomba depende de tributos, mistura com biodiesel e, claro, boa vontade das distribuidoras
A Petrobras anunciou nesta quinta-feira (17) uma nova redução no preço do diesel vendido às distribuidoras. A partir de sexta-feira (18), o valor do diesel A (aquele ainda puro, sem a mistura do biodiesel) cairá R$ 0,12 por litro, fixando o preço médio nas refinarias em R$ 3,43.
A estatal reforçou que, embora o alívio pareça generoso à primeira vista, o consumidor precisa lembrar de dois fatores que estão sempre prontos para roubar a cena — os tributos estaduais e os intermediários do mercado de combustíveis, que adicionam sua margem de lucro como quem monta um hambúrguer gourmet: em camadas e sem dó.
Diesel B, o remix oficial
Na prática, o que chega aos postos é o diesel B, uma mistura de 86% do diesel A com 14% de biodiesel, conforme determinação do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Essa alquimia verde, além de reduzir o impacto ambiental, também dilui a redução do preço inicial. A Petrobras calcula que sua parcela no preço final ao consumidor será de R$ 2,95 por litro, o que representa uma redução real de R$ 0,10 por litro na bomba, considerando a mistura.
Ou seja, se você achou que ia sair abastecendo com sorriso no rosto, talvez seja melhor esperar para ver se a distribuidora vai repassar ou segurar — como quem não quer dividir o pedaço maior da pizza.
Histórico recente: diesel em queda desde 2022
A Petrobras também aproveitou o anúncio para lembrar que, desde dezembro de 2022, os preços do diesel para distribuidoras caíram R$ 1,06 por litro, o que equivale a um desconto acumulado de 23,6%. E, se o consumidor quiser olhar com o otimismo de um economista com bom humor, o desconto ajustado à inflação seria de R$ 1,59 por litro (ou 31,7%), segundo cálculos da própria estatal.
A última redução havia ocorrido no fim de março, numa tentativa de aliviar os custos logísticos e conter os impactos indiretos da alta do petróleo no mercado internacional — um mercado que, como se sabe, tem mais oscilações do que uma montanha-russa operada por um trader de criptomoedas.
Fatores que ainda influenciam o preço na bomba
Apesar da queda anunciada, o preço final que você paga no posto ainda passa por uma gincana de variáveis:
-
ICMS e Cide (que variam de estado para estado, e de humor para humor);
-
Margens de distribuição e revenda, muitas vezes ajustadas com a sensibilidade de um relógio suíço — ou de um açougueiro com balança duvidosa;
-
Custos logísticos, especialmente relevantes em estados do Centro-Oeste e Norte, onde o transporte rodoviário domina.
E agora?
Se o consumidor verá de fato essa redução refletida nas bombas a partir do fim de semana, é uma questão tão filosófica quanto prática. A Petrobras fez sua parte — com a sutileza de um desconto tímido e a esperança de que a ponta da cadeia não estrague a festa.
Enquanto isso, seguimos atentos às placas dos postos como quem observa a Bolsa de Valores: torcendo por uma queda e rezando para que dure mais que um suspiro.