Papa Francisco morre aos 88 anos e reacende profecia sobre o “último Papa” antes do fim dos tempos
A morte do primeiro Papa latino-americano volta a alimentar interpretações sobre a profecia de São Malaquias, que apontaria Francisco como o último líder antes do fim. Vaticínio medieval, contestado por estudiosos, ressurge em meio à instabilidade e perda de fiéis na Igreja Católica.
O Papa Francisco morreu nesta segunda-feira, 21 de abril de 2025, às 7h35 (horário local), na Casa Santa Marta, residência oficial do pontífice no Vaticano. Aos 88 anos, Jorge Mario Bergoglio não resistiu às complicações de uma pneumonia bilateral, contraída após semanas de internação no Hospital Universitário Agostino Gemelli.
Sua morte encerra um dos pontificados mais simbólicos e desafiadores da Igreja Católica nas últimas décadas — e reacende uma antiga profecia atribuída a São Malaquias, que volta a circular com força entre fiéis e estudiosos: a ideia de que o Papa Francisco seria o último antes do fim dos tempos.
A profecia de São Malaquias: um alerta medieval revisitado
A chamada Profecia dos Papas, atribuída ao arcebispo irlandês São Malaquias (1094–1148), lista 112 lemas em latim que descreveriam os papas que governariam a Igreja Católica até o Juízo Final. Publicada apenas em 1595 pelo monge beneditino Arnoldo de Wyon, a profecia passou séculos obscura, mas ressurgiu com força em momentos de crise no Vaticano.
Segundo muitos intérpretes, o lema final — Petrus Romanus (“Pedro, o Romano”) — corresponderia a um pontífice que guiaria a Igreja durante a “grande tribulação”. Para os defensores da profecia, Francisco teria cumprido esse papel simbólico: um Papa de origem simples, que enfrentou oposição interna, escândalos e uma crise de fé entre os fiéis.
Nos últimos meses, a saúde debilitada do pontífice, o uso constante de cadeira de rodas e os cancelamentos de agendas oficiais intensificaram os rumores. Com sua morte, abre-se um período de incertezas sobre o futuro da Igreja — e de interpretações renovadas sobre a profecia medieval.
Pontificado de rupturas e resistência
Francisco foi o primeiro Papa latino-americano, o primeiro jesuíta e o primeiro do hemisfério sul. Seu pontificado foi marcado pela aproximação com os pobres, críticas ao capitalismo selvagem, defesa dos migrantes e abertura ao diálogo inter-religioso. Também enfrentou abertamente os escândalos de abuso sexual no clero e promoveu reformas administrativas no Vaticano.
Mas sua postura progressista despertou resistência da ala conservadora da Igreja e de setores políticos europeus. Sua morte, além de encerrar uma era pastoral, reacende disputas internas sobre os rumos da instituição.
O que vem a seguir
Com a morte do Papa, inicia-se o período de Sé Vacante e o processo para a realização do Conclave, que elegerá o novo pontífice. Ainda não há data oficial para o início da votação, mas a expectativa é que a sucessão ocorra até meados de maio.
Entre o luto e o mistério, a morte de Francisco marca o fim de um ciclo que buscou aproximar a Igreja do mundo real — e, segundo os que acreditam na profecia de São Malaquias, talvez o início de seu capítulo final.