Notícias
Tendência

Papa Francisco morre aos 88 anos: veja o impacto e os protocolos do Vaticano

Falecimento do pontífice argentino abre o período de Sede Vacante e dá início aos ritos do funeral e à preparação para o Conclave que elegerá seu sucessor.

 

O Falecimento do pontífice argentino abre o período de Sede Vacante e dá início aos ritos do funeral e à preparação para o Conclave que elegerá seu sucessor.

 

Papa Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio, morreu na manhã desta segunda-feira, 21 de abril de 2025, aos 88 anos, na residência oficial da Casa Santa Marta, no Vaticano. A causa da morte foi uma pneumonia bilateral. O pontífice estava internado desde o fim de março no Hospital Gemelli, em Roma, e recebeu cuidados paliativos nos últimos dias.

Sua última aparição pública foi durante a tradicional bênção Urbi et Orbi, no Domingo de Páscoa, visivelmente debilitado. Francisco foi o 266º Papa da Igreja Católica e o primeiro latino-americano e jesuíta a ocupar o trono de Pedro. Seu papado durou 12 anos.

Início da Sede Vacante: o trono de Pedro está vago

Com a morte de Francisco, a Igreja Católica entra oficialmente em um período chamado Sede Vacante — expressão em latim que significa “sede vazia”. Trata-se do intervalo entre o falecimento do papa e a eleição de seu sucessor. Durante esse período:

  • O Vaticano suspende nomeações e decisões de governo.
  • O Cardeal Camerlengo, atualmente Kevin Joseph Farrell, assume temporariamente a administração da Santa Sé.
  • Cabe a ele reconhecer oficialmente a morte do Papa, lacrar os aposentos pontifícios e destruir o anel do pescador, símbolo de autoridade papal.
  • Nenhuma autoridade eclesiástica pode exercer funções que são exclusivas do papa.

O período da Sede Vacante é regulamentado pela constituição apostólica Universi Dominici Gregis, promulgada por João Paulo II em 1996.

Funeral: cerimônia será mais simples, como desejava Francisco

Francisco deixou orientações para um funeral mais discreto, rompendo com parte da tradição milenar da Igreja. O corpo será exposto por três dias na Basílica de São Pedro, onde os fiéis poderão se despedir.

O funeral será celebrado na Praça de São Pedro e transmitido ao redor do mundo. Entre os pontos que diferenciam a cerimônia:

  • O papa não será enterrado na cripta da Basílica de São Pedro, mas sim na Basílica de Santa Maria Maior, igreja que visitou ao longo de todo seu pontificado.
  • Francisco dispensou o uso dos três caixões cerimoniais (madeira, chumbo e cipreste) e símbolos como o báculo papal.
  • A cerimônia será acompanhada por chefes de Estado, cardeais, bispos e milhares de fiéis.

Conclave: escolha do novo papa deve ocorrer em até 20 dias

Após o funeral, o Vaticano organiza o Conclave, assembleia formada por cardeais com menos de 80 anos, que têm direito a voto. Estima-se que 120 cardeais participem da votação.

O Conclave será realizado na Capela Sistina. A eleição ocorre sob sigilo absoluto:

  • Os cardeais votam até quatro vezes por dia.
  • O candidato precisa alcançar dois terços dos votos válidos para ser eleito.
  • Quando um nome é escolhido, a chaminé da Capela Sistina expele fumaça branca — o sinal de que há um novo papa.

Logo em seguida, o cardeal protodiácono aparece na sacada da Basílica de São Pedro e anuncia: Habemus Papam. O novo pontífice surge então para sua primeira bênção ao mundo.

Legado de Francisco: o Papa que trouxe a periferia ao centro

Francisco será lembrado por ter aproximado o papado de temas sociais, ambientais e humanitários. Seu estilo era direto, simples e pastoral.

Entre suas principais marcas:

  • Reorganização da Cúria Romana com foco em transparência e combate à corrupção.
  • Apoio a causas sociais como migração, pobreza e mudanças climáticas.
  • Postura crítica frente a temas como desigualdade econômica, guerra e exclusão religiosa.
  • Incentivo à escuta dos fiéis e descentralização da autoridade da Igreja.
  • Coragem ao tratar de abusos sexuais, apesar de críticas à lentidão em respostas estruturais.

Seu pontificado também foi marcado por tentativas de diálogo com outras religiões, por reformas internas e por uma abertura maior à diversidade de fiéis, incluindo a comunidade LGBTQIA+ e católicos em segunda união.

Uma sucessão decisiva para o futuro da Igreja

A morte de Francisco encerra uma era de forte simbolismo, marcada pela opção pelos pobres, pela crítica à cultura do consumo e pela tentativa de aproximar a Igreja do mundo moderno. A escolha de seu sucessor será estratégica: determinará se as reformas continuarão ou se a Igreja retomará posições mais conservadoras.

Enquanto o mundo acompanha o ritual milenar de sucessão, a Igreja entra em luto e oração — à espera de quem será o próximo ocupante da Cátedra de Pedro.

Fernanda Cappellesso

Olá! Sou uma jornalista com 20 anos de experiência, apaixonada pelo poder transformador da comunicação. Atuando como publicitária e assessora de imprensa, tenho dedicado minha carreira a conectar histórias e pessoas, abordando temas que vão desde política e cultura até o fascinante mundo do turismo.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo