Em meio a um cenário de consumo cauteloso e orçamento doméstico pressionado por juros altos, o Dia das Mães de 2025 deve mobilizar cerca de 126,9 milhões de brasileiros para as compras, segundo levantamento da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e do SPC Brasil, em parceria com a Offerwise. A estimativa é que a data movimente R$ 37,75 bilhões no comércio e nos serviços, consolidando-se como uma das datas mais relevantes para o setor varejista no primeiro semestre.
A pesquisa, feita em todas as capitais, incluindo Goiânia, revela que 78% dos consumidores pretendem presentearalguém neste ano. As homenageadas principais são as mães (77%), seguidas por sogras (18%) e esposas (17%). Entre os itens mais procurados, aparecem os perfumes (47%), roupas e calçados (41%), cosméticos (26%), chocolates (23%) e flores (19%).
O tíquete médio estimado é de R$ 298, com destaque para os homens (R$ 334) e consumidores das classes A e B (R$ 351). Ainda assim, 11% pretendem gastar até R$ 100, e 15% entre R$ 101 e R$ 200.
Preço em alta, consumo resiliente
Mesmo com 69% dos entrevistados percebendo aumento nos preços, 39% afirmam que vão gastar mais do que em 2024, motivados por produtos mais caros, desejo de presentear melhor ou por comprar mais de um item. Outros 37% devem repetir os gastos do ano passado, enquanto 16% projetam redução no consumo, principalmente por restrições financeiras.
Lojas físicas resistem à digitalização
Apesar do crescimento das vendas online, 80% dos consumidores ainda preferem comprar presencialmente, principalmente em shoppings (32%), centros comerciais populares (19%) e lojas de rua (11%).
Nas compras virtuais, 45% pretendem adquirir presentes pela internet, com destaque para aplicativos de varejo (73%), sites tradicionais (69%) e redes sociais, como o Instagram (28%). Entre os que devem comprar de sites internacionais, os principais atrativos são a variedade (72%), preços mais baixos (61%) e a economia geral (31%).
Consumidor pesquisa mais e usa Pix
A pesquisa de preços será prática comum para 79% dos consumidores, sendo a internet (85%) o principal ambiente para comparação. Shoppings (47%) e comércio de rua (32%) também são locais importantes na busca por referências.
No pagamento, 67% optarão pela compra à vista, com Pix liderando (46%). Já 56% admitem parcelar, sobretudo no cartão de crédito (31%), com média de quatro parcelas.
Endividamento e adaptação ao orçamento
O estudo aponta que 27% dos consumidores tendem a gastar mais do que o planejado no Dia das Mães. Um dado que preocupa é o fato de que 32% dos que vão comprar estão com contas em atraso, e 13% afirmam que vão deixar de pagar alguma conta para garantir o presente da data.
Ainda assim, a maioria (82%) arcará sozinha com os gastos, enquanto 13% dividirão o custo, principalmente com irmãos (56%) ou outros familiares (34%).
Perspectiva local: otimismo cauteloso
Para a superintendente da CDL Goiânia, Hélia Gonçalves, a data é fundamental para medir o ânimo do consumidor goiano. “Apesar do quadro nacional de retração, percebemos um aumento do fluxo de clientes nas lojas da capital, o que é sinal positivo para o setor. No entanto, os dados definitivos após o Dia das Mães serão essenciais para entender o impacto real da inadimplência e da taxa de juros no comportamento de compra das famílias”, afirma.