“Daniel vence no primeiro turno e Caiado vai ao segundo”, diz Zé Délio e provoca terremoto político em Goiás
“Daniel vence no primeiro turno e Caiado vai ao segundo.” A frase direta e categórica, pronunciada pelo presidente da Associação Goiana de Municípios (AGM) e prefeito de Hidrolândia, Zé Délio, provocou um verdadeiro terremoto político em Goiás. A avaliação, feita publicamente, rapidamente se espalhou e passou a dominar os bastidores políticos do estado e da capital federal, antecipando a temperatura das eleições de 2026 e projetando ainda mais o protagonismo goiano na política nacional.
Zé Délio expressou com clareza sua aposta na vitória de Daniel Vilela (MDB) ao governo de Goiás já no primeiro turno e na ascensão do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) à disputa presidencial, avançando ao segundo turno. A fala foi feita em entrevista ao Jornal Opção, mas ganhou vida própria e circulou com intensidade entre prefeitos, deputados, lideranças partidárias e analistas políticos, gerando reações imediatas.
O prefeito, que foi reeleito com 100% dos votos válidos em Hidrolândia e que hoje lidera a principal entidade municipalista do estado, reafirma sua confiança na força do grupo político que governa Goiás desde 2019. A aposta em Daniel como herdeiro natural de Caiado e a projeção do atual governador como protagonista da sucessão presidencial são vistas como uma sinalização estratégica para manter a coesão da base aliada.
Nos bastidores, a fala foi interpretada como mais do que uma simples previsão: tratou-se de um movimento calculado para consolidar a percepção de força e continuidade do projeto político encabeçado por Caiado e Daniel. Lideranças próximas ao grupo avaliam que a declaração de Zé Délio serve para esvaziar articulações oposicionistas e reduzir o espaço para dissidências dentro da base.
Ao mesmo tempo em que projetou os rumos eleitorais, Zé Délio reforçou, na mesma ocasião, um discurso recorrente de sua gestão na AGM: a necessidade urgente de um novo pacto federativo. Segundo ele, a aprovação da reforma tributária não resolveu a sobrecarga que recai sobre os municípios, que continuam acumulando funções sem a correspondente compensação financeira. “A concentração de recursos na União precisa ser revista”, reiterou, ecoando a insatisfação de prefeitos goianos e de outras partes do país.
A combinação entre a análise eleitoral e a pauta municipalista reforça a posição de Zé Délio como uma das vozes mais influentes da política estadual. Seu trânsito entre os 246 prefeitos goianos e sua atuação à frente da AGM o colocam no centro das articulações para as eleições de 2026, tanto no âmbito estadual quanto federal.
Para aliados, a declaração evidencia a confiança na capacidade eleitoral de Daniel Vilela, que, atualmente vice-governador, busca consolidar-se como sucessor direto de Caiado. Além disso, sinaliza que a base já está mobilizada para apoiar a candidatura presidencial do governador, que vem se articulando nacionalmente e ampliando sua presença em eventos políticos e institucionais fora de Goiás.
Para adversários, no entanto, a fala de Zé Délio pode ser lida como uma tentativa de criar uma narrativa de hegemonia antecipada, desestimulando eventuais concorrentes e reforçando a ideia de que o grupo caiadista caminha para uma vitória praticamente inevitável em 2026.
Zé Délio, que tem ampliado sua visibilidade estadual e nacional, consolida-se como uma peça-chave na engrenagem política goiana, capaz de influenciar diretamente o ambiente eleitoral com declarações como essa. Sua avaliação sobre o desfecho das eleições de 2026 não apenas reforça a confiança no grupo que comanda Goiás, mas também amplia a pressão sobre adversários e potenciais candidatos.
Enquanto o cenário eleitoral ainda se desenha, a contundência da fala do presidente da AGM demonstra que Goiás seguirá sendo, mais uma vez, um dos epicentros da política brasileira, com lideranças locais ocupando posições estratégicas e influenciando decisivamente o quadro nacional.