Supremo marca para dia 24 interrogatório de réus do Núcleo 4 do golpe
Grupo seria responsável por ações de desinformação, segundo PGR
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), marcou para o dia 24 deste mês o interrogatório dos sete réus que integram o Núcleo 4 da trama golpista que, segundo as investigações, tentou manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder após a derrota nas urnas.
De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), o grupo atuava em frentes estratégicas de desinformação, com foco especial no processo eleitoral. Entre os crimes atribuídos ao núcleo estão a disseminação de fake news sobre as urnas eletrônicas e ataques a autoridades que se colocassem no caminho dos planos golpistas.
Assim como os integrantes dos demais núcleos, os sete acusados respondem por cinco crimes: organização criminosa, tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. As penas somadas podem ultrapassar 30 anos de prisão.
Nesta quarta-feira (16), foram ouvidas as últimas testemunhas de defesa do núcleo, em audiência realizada por videoconferência. Por determinação de Moraes, a sessão ocorreu sem transmissão ou qualquer tipo de gravação em áudio ou vídeo. Apenas jornalistas credenciados puderam acompanhar as oitivas, a partir da sala da Primeira Turma.
A fase seguinte, com o interrogatório dos réus, é a oportunidade para que os acusados apresentem pessoalmente sua versão dos fatos. Após essa etapa, a acusação e a defesa poderão solicitar diligências adicionais antes que Moraes, relator do caso, declare encerrada a fase de instrução.
Por último, deve ser aberto prazo para as alegações finais das partes, antes que o caso possa ser julgado pelos cinco ministros da Primeira Turma do Supremo: Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Flávio Dino, além do próprio Moraes.
Os réus do Núcleo 4 são:
. Ailton Gonçalves Moraes Barros (major da reserva do Exército);
. Ângelo Martins Denicoli (major da reserva);
. Giancarlo Gomes Rodrigues (subtenente);
. Guilherme Marques de Almeida (tenente-coronel);
. Reginaldo Vieira de Abreu (coronel);
. Marcelo Araújo Bormevet (policial federal);
. Carlos Cesar Moretzsohn Rocha (presidente do Instituto Voto Legal).
