Obras da Transnordestina recebem novo aporte de R$ 1,4 bilhão do governo
Início de operação está previsto para o fim deste ano
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, nesta sexta‑feira (18), a liberação de R$ 1,4 bilhão para as obras da Ferrovia Transnordestina. Durante visita a um trecho já concluído do empreendimento, no município de Missão Velha, no Ceará, ele garantiu que não faltarão recursos para a conclusão do projeto.
Lula destacou a importância da ferrovia para as cadeias produtivas da região e afirmou que o Nordeste precisa ter a oportunidade de progredir.
“O Nordeste precisa dessa obra. O Nordeste não quer ser mais tratado como se fosse a parte pobre do Brasil. O Nordeste precisa ser respeitado”, disse.
Lula falou sobre as dificuldades para dar andamento ao projeto, lançado em 2006, em seu segundo mandato na Presidência da República, e afirmou que quer inaugurar a Transnordestina antes do fim do atual mandato, em 2026.
“Todo dia tinha um problema. Era um problema na Justiça, era um problema no meio ambiente, era um problema de dinheiro. Essa estrada foi, foi, foi, e eu imaginava que ela fosse acabar em 2012. Eu saí em 2010, voltei à Presidência 15 anos depois, e essa ferrovia tinha andado muito pouco. Aliás, já não havia mais interesse de fazer essa ferrovia. Eu assumi a responsabilidade de que nós vamos concluir essa ferrovia, custe o que custar”, acrescentou.
Dos novos aportes do governo federal, R$ 600 milhões serão liberados pelo Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) nos próximos meses, e R$ 816 milhões virão a partir do leilão de desinvestimento e liquidação do Fundo de Investimento do Nordeste (Finor).
O orçamento total da obra chega a R$ 15 bilhões, dos quais R$ 8,2 bilhões já foram executados, somando recursos públicos e privados. Ao destacar os valores investidos, o governo apontou que o retorno anual estimado da ferrovia no Produto Interno Bruto (PIB) do Semiárido é de até R$ 7 bilhões.
Atualmente, 280 quilômetros de obras de infraestrutura estão em andamento na Transnordestina, gerando mais de 4 mil empregos diretos e envolvendo contratos que somam mais de R$ 4 bilhões. Com 1.209 quilômetros de extensão, a ferrovia passa por 53 municípios; de Eliseu Martins, no Piauí, vai até o Porto do Pecém, no Ceará, passando por Salgueiro, em Pernambuco.
A previsão é que a operação da ferrovia comece no fim deste ano, em fase de comissionamento, com os primeiros carregamentos saindo do Terminal Intermodal de Cargas do Piauí em direção ao centro-sul do Ceará e a algumas regiões de Pernambuco.
Entre os principais produtos a serem transportados estão soja, farelo de soja, milho e calcário.
