AparecidaEsporte

Aparecidense perdeu dois de seus principais incentivadores para a Covid-19

O ano era 2009, Maguito Vilela acabara de assumir a Prefeitura de Aparecida de Goiânia, já naquele momento com muitos desafios que a cidade propunha, Maguito ao ser indagado sobre o assunto futebol, mais especificamente sobre a Aparecidense, ele era categórico em afirmar que daria a cidade um time de futebol a altura do município de mais de 600 mil habitantes.

A indagação ao novo prefeito não era em vão, pois quando governador, Maguito incentivou muito o esporte em âmbito goiano, inclusive na sua gestão foram construídos um ginásio em cada cidade goiana e muitos em vários setores de Goiânia e Aparecida de Goiânia.

Voltando ao ano de 2009, naquele ano, pouco depois de assumir o mandato, um baque, o Camaleão do Cerrado termina o Campeonato Goiano 2009 na última posição e então é rebaixado. Nada como um novo recomeço para que as coisas saiam na mais perfeita ordem, e assim foi feito, já no ano seguinte em 2010 a equipe conseguiu o acesso novamente para a primeira divisão goiana, e o melhor conquistando o título.

Naquela altura, o digamos dedo de Maguito já era perceptível, diretores de confiança do prefeito, inclusive Vilela incluía ali, o amigo pessoal de longas datas e militante do futebol,  João Rodrigues Cocá, também acometido e falecido pelas complicações do novo coronavírus, todos eles, inclusive  o  próprio prefeito eram pessoas presentes no dia a dia do clube. Assim seguiu nos dois próximos anos a Aparecidense sempre beliscando vaga entre os quatro melhores da competição local, fato conquistado em 2013, onde a agremiação terminou na quarta colocação, e com a boa campanha conseguiu classificação a recém criada Série D. Até a temporada 2020 já foram oito participações nesta competição.

Após seis anos de sua gestão, o ápice viria, ou melhor o quase ápice, pois em 2015 a Aparecidense consegue de forma inédita a tão sonhada vaga nas finais do Goianão 2015, o adversário era o Goiás, que acabou ficando com o título. Ali parafraseando Renato Russo em um trecho da música Faroeste Caboclo, Maguito conseguiu o que queria quando veio para Aparecida, ele queria era colocar a Aparecidense e Aparecida de Goiânia no noticiário nacional. 

Maguito deixou o cargo de prefeito ao final de 2016, e após a sua saída o seu legado teve sequência, tanto que nos anos que se seguiram, mais destaques; outro vice campeonato do Campeonato Goiano (2018), campanhas épicas na Copa do Brasil, eliminando respectivamente em três edições (2016,2018 e 2019) times notáveis do futebol brasileiro (Sport/PE, Botafogo/RJ e Ponte Preta/SP), boas campanhas na Série D e Copa Verde. 

Enfim, a retribuição veio em forma de homenagem ainda em vida, a tribuna de honra do Estádio Annibal Batista de Toledo leva o seu nome, e desde que deixou o cargo de prefeito, se tornou Presidente Emérito e Honra da Aparecidense. Maguito Vilela faleceu por complicações da Covid-19, no último dia 13 de janeiro. Para a Aparecidense a lacuna é imensurável.

João Rodrigues Cocá

Simplesmente Cocá, como era conhecido a beira do gramado, era os olhos de Maguito Vilela na Aparecidense. Exercia o cargo de diretor de futebol,  mas a sua função ia muito além  disso, era praticamente um faz tudo no Camaleão do Cerrado, bastante polêmico  às vezes extrapolava, como no episódio  do jogo contra a Ponte Preta, em 2019, válido pela Copa do Brasil , onde invadiu o gramado após um imbróglio envolvendo um gol dos paulistas no minuto final, acabou sendo retirado pelo filho João Victor que atuava como jogador na oportunidade.

Cocá faleceu antes de Maguito Vilela, no dia 18 de outubro do ano passado, a certeza que fica é que o time em si e as dependências do Estádio Anníbal Batista de Toledo nunca mais serão as mesmas após a partida dos dois.

Por Júnior Schumacher

Fotos: Nicolle Mendes

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo