Aparecida

Agroindústria garante segurança alimentar e conecta produção rural às mesas urbanas

Setor leiteiro registra o maior volume de captação dos últimos quatro anos, impulsionado pela demanda das famílias brasileiras

A agroindústria brasileira tem se consolidado como elo essencial entre a produção rural e o consumo urbano, garantindo que alimentos de qualidade e com segurança cheguem diariamente às mesas das famílias. No setor leiteiro, esse papel foi reafirmado com o aumento expressivo da captação formal de leite no Brasil. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram captados 6,48 bilhões de litros no primeiro trimestre de 2025, o maior volume registrado para o período desde 2021.

O número representa uma alta de 4,3% na média diária em comparação ao mesmo período do ano passado, sinalizando não apenas uma recuperação do setor, mas também o reflexo do crescimento da demanda, sobretudo nas áreas urbanas.

O leite cru e o leite que chega até a casa do consumidor estão em extremos opostos da cadeia, e o que conecta esses pontos é a indústria. Ela é quem garante que o alimento chegue com segurança, qualidade e acessibilidade até as famílias”, explica Vinícius Junqueira, diretor geral da Marajoara Laticínios, sediada em Hidrolândia, na região metropolitana de Goiânia.

Crescimento da indústria, impacto no consumo urbano

Dados da Associação Brasileira de Leite Longa Vida (ABLV) mostram que o leite UHT está presente em 90% dos lares brasileiros, especialmente nas grandes cidades, onde o leite in natura não circula com facilidade. A expansão da agroindústria, portanto, não apenas fortalece a cadeia produtiva, mas também garante que a população urbana mantenha acesso a alimentos frescos e com valor nutricional preservado.

O processamento industrial não compromete a qualidade do leite. A tecnologia UHT assegura um produto seguro, livre de microrganismos, e mantém os nutrientes essenciais como proteínas, cálcio e vitaminas do complexo B”, afirma o nutricionista João Carlos Cavalcante, que atua no Órion Complex Business & Health, em Goiânia.

O profissional também destaca que a adoção do leite longa vida tem um impacto direto na segurança alimentar. “O leite UHT dispensa refrigeração até sua abertura, o que facilita a logística e o armazenamento, especialmente em regiões de clima quente e com menor infraestrutura de armazenamento refrigerado”, pontua Cavalcante.

Como funciona o processo UHT

O sistema UHT, sigla em inglês para Ultra High Temperature (ultra alta temperatura), é o grande responsável pela durabilidade e segurança do leite nas prateleiras dos supermercados. No processo, o leite cru é transportado das propriedades rurais para as indústrias no prazo máximo de 12 horas. Na chegada, passa por rigorosos testes de qualidade antes de seguir para as etapas de pasteurização, esterilização e envase.

Nós elevamos a temperatura do leite a cerca de 135°C por poucos segundos, o suficiente para eliminar qualquer bactéria patogênica, sem comprometer os nutrientes. Depois, o produto é rapidamente resfriado e segue para envase asséptico, que garante sua conservação por meses, desde que não aberto”, detalha Vinícius Junqueira.

Esse modelo permite que o leite seja distribuído de forma eficiente, inclusive para estados distantes dos polos produtores. No caso da Marajoara Laticínios, por exemplo, a produção atende não apenas Goiás, mas também Distrito Federal, Tocantins, Mato Grosso, Minas Gerais e São Paulo, fortalecendo o papel logístico da agroindústria goiana no abastecimento do país.

Segurança alimentar e desafios futuros

A ampliação da participação do leite UHT nas mesas brasileiras também está alinhada às recomendações nutricionais. Dados do Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Atenção à Saúde, orientam que adultos consumam, em média, 600 ml de leite por dia ou seus equivalentes em derivados, quantidade fundamental para o aporte de cálcio e prevenção de doenças ósseas.

O avanço da agroindústria, no entanto, não está isento de desafios. Além das oscilações no custo da matéria-prima — afetadas por variações no preço dos insumos, combustíveis e questões climáticas —, o setor também busca inovar em sustentabilidade. “A responsabilidade da indústria hoje vai além de entregar um alimento seguro. Estamos investindo em práticas que reduzam o desperdício de água, emissão de carbono e que valorizem o pequeno produtor”, afirma o executivo da Marajoara.

Dia da Indústria: reforçando o papel na economia e na alimentação

A relevância da agroindústria ganha ainda mais destaque neste mês, com a celebração do Dia da Indústria, em 25 de maio. No Brasil, segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a indústria de transformação representa 20,9% do PIB brasileiro, sendo a agroindústria uma das principais responsáveis pela geração de emprego, renda e pela segurança alimentar.

O crescimento observado no setor leiteiro é um retrato do impacto positivo da indústria na vida das famílias, especialmente nas cidades. De um lado, o campo mantém a produção ativa. Do outro, as prateleiras dos supermercados seguem abastecidas, reafirmando que a agroindústria é, de fato, a ponte que conecta quem produz a quem consome.

Fernanda Cappellesso

Olá! Sou uma jornalista com 20 anos de experiência, apaixonada pelo poder transformador da comunicação. Atuando como publicitária e assessora de imprensa, tenho dedicado minha carreira a conectar histórias e pessoas, abordando temas que vão desde política e cultura até o fascinante mundo do turismo.

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