Gêmeas siamesas foram separadas e seguem na UTI

A cirurgia de separação das  gêmeas siamesas Valentina e Eloá Prado dos Santos foi realizada na noite de ontem, 11 de janeiro.  Segundo informações do Hecad, que realizou esta cirugia pela primeira vez, a cirurgia foi um sucesso.

A operação demorou mais de 15 horas. Houve separação do fígado, intestino, sistema urinário, bexiga e parte óssea. Também foram reconstruídos genitália, abdômen e pele. Mesmo assim as duas meninas de anos seguem na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da unidade. De acordo com a equipe médica elas estão  respirando por aparelhos e necessitando de medicamentos para o controle da pressão arterial.

O médico Zacharias Calil, cirurgião responsável, o quadro de saúde das crianças está dentro do esperado para o delicado pós-operatório.  Essa foi a vigésima segunda cirurgia de separação de siameses do  médico.

Callil  considerou o caso desafiador devido à complexa união dos dois intestinos. O médico destacou que, apesar de altamente complexa, a separação foi totalmente realizada pelo SUS. “Nos EUA, um procedimento como esse custa mais de um milhão de dólares. Aqui, se calcularmos os honorários médicos, estrutura hospitalar, medicamentos, materiais, equipamentos, entre outros gastos, não sairia por menos de R$ 1 milhão”.

Recorde o caso

As meninas nasceram em Guararema (SP). A família se mudou para Morrinhos, no sul de Goiás, para ficar mais próxima da unidade de saúde. Elas estavam ligadas pela bacia, configurando um caso de gêmeas isquiópagas. O caso é classificado como um dos mais complexos da cirurgia pediátrica.

Desde 2021, Valentina e Eloá passaram por diversos atendimentos. O processo de separação teve três etapas. A primeira foi a colocação dos expansores – espécie de tecido que tem a função de estimular o crescimento da pele -, que aconteceu no ano passado. O segundo passo foi a própria cirurgia. O último é o pós-operatório, momento muito importante para a recuperação das pacientes.