Editorial do Diário de Aparecida: O erro de Maguito
A política é uma arte indispensável para a vida em sociedade. Seu conceito básico é a procura de harmonia entre as classes e grupos sociais, através de mecanismos de mediação e conciliação – não dispensando, às vezes, até mesmo um certo nível de confronto. Porém, deve ser feita com ideias e propostas, conceitos e conteúdo, tudo isso visando o chamado bem comum.
O contrário disso é a politicagem, aquela que se aproveita do poder para atender a interesses pessoais escusos, geralmente inconfessáveis, sob o disfarce do marketing enganoso e igualmente ardiloso. Felizmente, é algo que, mais cedo ou mais tarde, acaba sendo desmistificado, para desmoralização daqueles que se locupletam com essa prática condenável.
O que precisamos perguntar, hoje, é sobre o que está acontecendo em Aparecida, onde o verniz da modernidade é usado para ocultar a administração atrasada e arcaica que tomou conta da prefeitura depois dos oito anos de mandato de Maguito Vilela, esse, sim, responsável pelo mais notável avanço que o município experimentou até hoje em seus 99 anos de história.
Maguito não loteou a folha de pagamento para comprar apoio nem muito menos para pagar alianças eleitorais. Construiu as obras mais significativas de todos os tempos em Aparecida, como os eixos estruturantes Norte-Sul e o hospital municipal. Ninguém asfaltou mais do que ele. Foi solidário ao implantar estratégias para minimizar as injustiças sociais na cidade, fazendo com que a sua Secretaria Municipal de Assistência Social não servisse apenas para atribuir um bom salário para a primeira-dama da época.
Ele conseguiu afastar a “velha política” da prefeitura, montando um secretariado técnico e em muitos aspectos bastante profissional. Se cometeu algum erro grave, esse esteve na decisão que tomou quando encaminhou a sua sucessão. Não sabia que, ao escolher um jovem quanto à idade, estava na verdade reabrindo as portas de Aparecida para a volta do tempo antigo, para prejuízo do segundo centro urbano mais populoso de Goiás. Não acredita, leitor? Basta olhar para a Cidade Administrativa.