Lula defende metas para ampliar comércio bilateral entre Brasil e França
Presidente voltou a defender o acordo entre União Europeia e Mercosul
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, sexta-feira (6), o estabelecimento de metas para o aumento do fluxo comercial entre Brasil e França. Atualmente, o comércio entre os dois países é de US$ 9,1 bilhões, segundo dados de 2024.
Lula classificou o volume comercial como “muito baixo” quando comparado a países como o Vietnã, que registra uma balança comercial de US$ 13 bilhões com o Brasil. O presidente convocou o setor empresarial dos dois países a intensificar esforços para ampliar essa relação econômica.
“Vocês, empresários franceses, e vocês, empresários brasileiros, tratem de trabalhar. Vamos sair daqui lançando um plano de metas: nos próximos 10 anos vamos chegar a US$ 20 bilhões, e trabalhar para isso. Porque se não tiver plano de metas e a gente só fizer as coisas quando a natureza permitir, não dá certo. Nós temos que forçar, tentar garimpar, descobrir as oportunidades”, disse Lula, que está em visita de Estado à França.
Ele participou da sessão de encerramento do Fórum Econômico Brasil-França, que reuniu autoridades e líderes empresariais de ambos os países. Durante o evento, Lula ressaltou as potencialidades de investimento nas áreas de transição energética, indústrias da saúde e defesa, além do agronegócio.
O presidente brasileiro voltou a defender o acordo entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, destacando o compromisso do governo brasileiro com o combate ao desmatamento e a recuperação de pastagens degradadas. No próximo semestre, o Brasil assume a presidência do Mercosul e Lula se comprometeu a finalizar as tratativas.
Negociado por mais de 20 anos, o acordo enfrenta resistência de alguns países, como a França, para que seja colocado em vigor. Para o líder francês, o acordo não leva em consideração exigências ambientais na produção agrícola e industrial. Já segundo Lula, a França é protecionista sobre seus interesses agrícolas.
“Se nós colocarmos os agricultores franceses junto com os brasileiros, vai ter uma descoberta extraordinária. Eles vão descobrir que as nossas agriculturas são complementares. Uma não prejudica a outra”, afirmou Lula no encontro com os empresários.
O acordo abrange não apenas questões tarifárias, mas também aspectos regulatórios, como serviços, compras públicas, facilitação de comércio, barreiras técnicas, medidas sanitárias e fitossanitárias, além de propriedade intelectual.
O ministro de comércio exterior da França, Laurent Saint-Martin, informou que no final deste mês estará com uma comitiva de empresários franceses no Brasil. Em discurso, ele destacou setores essenciais para os franceses, para investimentos no longo prazo, como energias renováveis, saúde, mundo digital, infraestrutura e logística.