Aparecida

Sem trunfos, Prefeitura de Aparecida não comemorou o Dia Internacional da Mulher

A passagem do Dia Internacional da Mulher trouxe constrangimentos para a Prefeitura de Aparecida. Ao contrário de outros ocupantes de cargos executivos de destaque em Goiás, nem o prefeito Gustavo Mendanha nem a
primeira-dama Mayara Mendanha promoveram nada de especial para marcar a data.


O governo do Estado, por exemplo, fez uma intensa prestação de
contas das suas ações de proteção e incentivo às goianas, seja na área de
segurança, seja no empreendedorismo. Em entrevista ao Diário de
Aparecida, a primeira-dama Gracinha Caiado resumiu as principais iniciativas, destacando o combate à violência doméstica como ponto alto
da gestão do marido, Ronaldo Caiado, na área.


O prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, aproveitou o Dia Internacional da
Mulher para lançar uma campanha contra o assédio sexual dentro dos
ônibus do transporte coletivo. Além da busca de conscientização dos
passageiros por meio de anúncios publicitários, foi introduzida
uma fiscalização mais rígida contra abusos a mulheres, a cargo da
Guarda Municipal.

Mayara Mendanha publicou um vídeo nas redes sociais enaltecendo a sua própria pessoa, dando sinais claros de que já está em campanha para a
Assembleia Legislativa em 2022. Já o marido, Gustavo Mendanha, apenas cumprimentou protocolarmente as mulheres em geral. A primeira-dama aparecidense recusou-se a dar entrevista ao Diário de Aparecida para falar sobre o Dia Internacional da Mulher.

A Prefeitura de Aparecida não tem projetos específicos para a valorização e a defesa da mulher. Para piorar, das 27 secretarias municipais, 26 são ocupadas por homens. A única mulher na equipe de auxiliares de Mendanha é a sua própria esposa, Mayara, titular da pasta da Assistência Social.


O governo de Goiás e as prefeituras de Goiânia, Senador Canedo, Anápolis e Trindade têm presença feminina forte nas suas secretarias. O governador Ronaldo Caiado, além de entregar áreas estrategicamente importantes para
mulheres, como a Educação, o Meio Ambiente ou mesmo a Economia, nomeou quase 700 mulheres para posições de comando nos diversos setores administrativos da sua gestão.

A consequência de não indicar secretárias para uma equipe de governo é que, a partir daí, dificilmente um chefe de Executivo poderá se apresentar como moderno – ambição de todos eles. No caso de Mendanha, sem mulheres trabalhando na prefeitura, pelo menos entre os titulares de pastas, torna-se complicado se apresentar como um administrador jovem e antenado com as tendências do mundo de hoje.


Mas não é só na Cidade Administrativa que o ”machismo” impera.
A Câmara Municipal também é composta por uma maioria esmagadora de homens. Na Legislatura passada, não havia nem uma única mulher entre os 25 vereadores. Na atual, que se iniciou este ano, duas representantes do sexo feminino conseguiram cadeiras – Camila Rosa e Valéria Pettersen –,
que, como integrantes fiéis da base do prefeito, a exemplo de todos os
outros parlamentares aparecidenses, evitam fazer críticas à falta de mulheres no secretariado municipal – o que acaba soando como concordância.

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