Pesquisadoras descobrem que ômega-3 pode ser usado no combate ao zika vírus
Segundo o Ministério da Saúde, mais de três mil casos foram confirmados entre 2015 e 2019
Uma pesquisa feita pela biotecnóloga Heloisa Antoniella, atualmente mestranda pelo Programa de Patologia Molecular no Laboratório de Imunologia e Inflamação (LIMI) da Universidade de Brasília (UnB) e pela bióloga e professora da UnB, Kelly Grace Magalhães, mostra que o ômega-3 pode ser usado no combate vírus. Segundo o Ministério da Saúde, mais de três mil casos foram confirmados entre 2015 e 2019.
De acordo com as pesquisadoras, o zika vírus pode causar inflamação e morte celular nos neurônios e estresse oxidativo, que é quando o vírus libera substâncias tóxicas que causam danos à mitocôndria, uma parte importante da célula.
O nutriente é um importante aliado no combate ao vírus porque preserva o sistema nervoso. “O ômega-3 é uma molécula neuroprotetora, ou seja, ela protege o sistema nervoso contra doenças neurodegenerativas, protege contra muitas doenças relacionadas a morte celular de neurônios e também sabemos que o ômega-3 é uma molécula anti-inflamatória”, afirmou a bióloga.
As duas pesquisadoras trabalham juntas em um laboratório que tem uma linha de pesquisa focada no detalhamento das consequências do vírus nas células. “Pensamos que seria interessante não só mostrar como o vírus causa esse tipo de problema nessas células, esse tipo de morte, mas a gente também conseguiria proteger, explicou a biotecnóloga.
O ômega-3 também pode apresentar bons resultados na prevenção e no tratamento de doenças virais já existentes porque torna as células mais resistentes.
“A nossa pesquisa tem muito a acrescentar para a saúde pública do país, principalmente porque o ômega-3 é de fácil acesso. Você pode encontrar na dieta, pode encontrar facilmente na farmácia e existem faixas de preços que cabem no bolso de diferentes públicos”, afirmou Heloísa Braz de Melo.