Na última mensagem, Papa Francisco pede cessar-fogo em Gaza e deixa apelo por paz ao mundo
Na véspera de sua morte, o Papa Francisco apareceu brevemente na sacada da Basílica de São Pedro, no Vaticano, para enviar sua última mensagem pública ao mundo. Foi no Domingo de Páscoa, 20 de abril, que o pontífice de 88 anos — visivelmente debilitado pela pneumonia — fez seu derradeiro apelo: paz entre os povos, fim da violência e socorro aos inocentes.
Sem condições clínicas de presidir a tradicional missa, Francisco foi representado por um assessor que leu sua mensagem pascal enquanto ele observava a cerimônia em silêncio. Mesmo assim, fez questão de oferecer pessoalmente a bênção “Urbi et Orbi” — para a cidade e para o mundo — gesto simbólico que marcou sua despedida dos fiéis.
No centro de sua fala estava o apelo por um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza. “A situação em Gaza é dramática e deplorável”, dizia o texto. Francisco também pediu a libertação dos reféns ainda sob poder do grupo Hamas e condenou “a preocupante escalada do antissemitismo” em diferentes partes do mundo.
“Faço um apelo às partes em conflito: declarem um cessar-fogo, libertem os reféns e venham ajudar um povo faminto que aspira a um futuro de paz”, afirmava a mensagem papal.
O Papa, que já havia criticado duramente a ofensiva israelense em janeiro, classificando a crise humanitária no enclave palestino como “vergonhosa”, retomou o tom direto em sua última aparição pública.
Ao final, ainda houve tempo para um gesto humano: mesmo sem forças para discursar, Francisco olhou para a multidão na Praça de São Pedro e, com voz fraca, desejou “uma boa e santa Páscoa” aos fiéis.
Menos de 24 horas depois, às 7h35 da manhã de segunda-feira, 21 de abril, o pontífice faleceu em sua residência no Vaticano.
Sua última mensagem permanece como testamento espiritual: um clamor pela paz, pela dignidade humana e pelo fim da guerra.