Aparecida

Mendanha faz seis meses do 2º mandato sem cumprir as promessas e sem marca

Ontem, 30 de junho, o bacharel em Educação Física Gustavo Mendanha completou seis meses desde que assumiu o seu 2º mandato como prefeito de Aparecida.

Nesse período, abriu 11 frentes de pavimentação em bairros, mas não simultâneas, porém levando as máquinas de um para outro, inaugurou três ou quatro praças, na verdade já existentes e agora reformadas e com outros nomes, e praticamente deixou Aparecida estagnada, sem lançar nenhuma obra de importância ou, por exemplo, atrair empresas para gerar renda e empregos no município, ainda que pelo menos uma só.

Se há características claras para definir o 2º mandato de Mendanha, essas são o não cumprimento de qualquer das promessas que fez na campanha – algumas repetidas da sua 1ª eleição, em 2016 – e a ausência de uma marca para identificar a sua administração.

Do ponto de vista pessoal, o prefeito passou por agruras como a morte do seu pai, o ex-deputado Léo Mendanha, e o severo ataque da Covid-19, que contaminou toda a sua família, inclusive ele próprio, levado a uma internação hospitalar até conseguir se recuperar.

Enfrentou também um revés na medida em que seguia fielmente a orientação do seu antecessor, Maguito Vilela, responsável pela sua 1ª eleição, que também faleceu vítima do novo coronavírus. Há quem diga que Mendanha adquiriu tédio diante dos assuntos da gestão, hoje entregue aos seus secretários enquanto ele viaja a outros municípios (foi também a São Paulo, sem revelar os motivos) e posta fotos fazendo caminhadas, como aconteceu em Luziânia, onde vestiu camiseta, calção e tênis para passear no parque ecológico local.

Já em maio passado, refletindo o esvaziamento econômico do município e a letargia do 2º mandato de Mendanha, o aniversário de 99 anos de fundação de Aparecida e o início do ano do Centenário não tiveram nenhuma repercussão estadual. Um festival de balonismo, contratado pela prefeitura a custos não revelados (o Diário de Aparecida encaminhou questionamentos sobre o evento, mas não recebeu resposta), foi o único registro de que 11 de maio foi um dia especial na segunda cidade mais populosa do Estado.

Mendanha tem sido muito criticado por abandonar Aparecida, atrás de lideranças políticas para articular antecipadamente as eleições de 2022. Ele é contra uma aliança do MDB com o governador Ronaldo Caiado, de quem guarda ressentimentos pelo apoio que deu a uma candidata adversária, Márcia Caldas, do Avante, para a prefeitura aparecidense em 2020.

Outros jornais diários da Capital, como Diário da Manhã e O Hoje, não registraram o aniversário de Aparecida. Em sites e blogs, houve poucas referências. Alguns registraram o encontro de Gustavo Mendanha com o ex-prefeito Iris Rezende, para tratar das eleições de 2022, no dia anterior, dentro da ofensiva de contatos que o prefeito aparecidense está desenvolvendo na área política.

A movimentação do prefeito tem sido criticada na medida em que representa uma agenda eleitoral extemporânea e, pior ainda, em plena pandemia, quando o foco dos administradores públicos deveria ser as medidas de enfrentamento à crise sanitária – que, por sinal, está voltando a se intensificar, com o aumento do número de internações pela doença em todo o País, mesmo com a vacinação em marcha.

Os seis meses do 2º mandato de Mendanha, assim, não mereceram registro, já que a própria máquina de propaganda da Cidade Administrativa esquivou-se de lembrar a data para evitar cobranças sobre a falta de realizações e, mais ainda, sobre o esquecimento das promessas de campanha, que foram jogadas no limbo e ali permanecem.

Compromissos de campanha foram totalmente esquecidos

Das dezenas de promessas que fez na campanha para a conquista do 2º mandato, em 2020, o prefeito Gustavo Mendanha, já com 180 dias de gestão, não cumpriu nenhuma. Veja, a seguir, um apanhado sobre as principais, algumas, como a de asfaltar todos os bairros, já apresentadas na época da eleição para o 1º mandato e até hoje não saíram do papel.

1 Construção do Hospital do Câncer

Gustavo Mendanha prometeu implantar em Aparecida uma unidade de tratamento especializado em oncologia, mas, até hoje, não deu um único passo para chegar a esse objetivo. Tem mais: pelo alto custo da obra e pela debilitada situação financeira da prefeitura, que deixou de receber repasses federais para a Saúde e carrega hoje o fardo de uma folha de pagamento inflada para atender a acordos políticos, dificilmente iniciará essa obra.

2 Asfaltamento de todos os bairros

É a mesma promessa feita na campanha para o 1º mandato e que não foi cumprida. Nesses seis meses iniciais do 2º mandato, Gustavo Mendanha lançou 11 frentes de asfaltamento, a maioria em setores onde a pavimentação já havia sido iniciada e em seguida abandonada, caso da Vila Oliveira. A 600 metros da casa do prefeito, em um condomínio fechado em Aparecida, existem ruas com os moradores, que sofrem na poeira e na lama, aguardando o benefício.

3 Banco de Alimentos

Infelizmente, há famílias passando fome em Aparecida. O CadÚnico, espécie de banco de dados do governo federal sobre pessoas em situação de vulnerabilidade, registra mais de 40 mil aparecidenses. Gustavo Mendanha prometeu implantar uma estrutura para destinar cestas básicas em caráter permanente a quem precisa, mas até hoje o que fez foi doar demagogicamente um mês do seu salário para essa finalidade. Resultado: a fome voltou a Aparecida.

4  Secretaria de Segurança

Talvez a promessa que mais foi repisada na campanha. A pasta foi criada, mas não ganhou estrutura nem meios para ajudar a combater o crime em Aparecida, que continua por conta apenas das forças policiais do Estado. A secretaria, na prática, está servindo como cabide de empregos, para a distribuição de salários a apaniguados dos partidos políticos e dos vereadores.

5 Eixos estruturantes

Na prática, significa a implantação de novas avenidas de pistas duplas para melhorar a ligação entre os setores mais movimentados da cidade e fazer a conexão com rodovias estaduais e federais e com Goiânia. Prefeitos como Maguito Vilela e Ademir Menezes foram produtivos nessa área. Gustavo Mendanha ainda está na estaca zero. Diz apenas que novos eixos, como os Leste-Oeste, estão em estudo.

6 Aumentar a oferta de empregos

O desemprego é alto em Aparecida, cuja economia foi abalada pela crise do novo coronavírus. Gustavo Mendanha prometeu um programa para reintegrar pessoas que foram demitidas ao mercado de trabalho, por enquanto inexistente. Com o impacto da pandemia, a massa trabalhadora sem colocação formal é cada vez maior, sendo estimada hoje entre 15% e 16% da mão de obra ativa, conforme estudos nacionais do IBGE.

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