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Opção de Cruz pelo decreto de Caiado fortalece combate à Covid-19 em Goiás

Divino Olávio

(Blog Notícia Pura)

Atitude sensata a do prefeito de Goiânia Rogério Cruz (Republicanos), ao optar por seguir o decreto estadual que intercala 14 dias fechado por 14 abertos, para as atividades do comércio, serviços e indústria como medida para conter o avanço da Covid-19. A decisão saiu após reunião que contou com a participação do prefeito, secretários municipais e de representantes do Estado e do setor produtivo, a exemplo do presidente da Federação do Comércio (Fecomércio), Marcelo Baiocchi.

Com base nas discussões travadas na reunião, sobre qual proposta seria mais bem indicada para a capital, a chamada forma 14 x 14 prevista no decreto do governador Ronaldo Caiado passou maior segurança com vista ao alcance dos objetivos em reduzir a intensidade de transmissão do coronavírus e tentar aliviar a pressão da superlotação do sistema de saúde. O presidente da Fecomércio, por exemplo, apoia o modelo contido no decreto estadual, que inclusive considera melhor para as empresas.

Único médico entre os atuais governadores, o goiano Ronaldo Caiado tem dedicado tempo integral na busca de meios para tentar conter o avanço da pandemia em Goiás. Desde o início da epidemia há um ano que ele vem chamando a atenção e, ao mesmo tempo, buscando o apoio dos prefeitos e de lideranças classistas, para a implantação de medidas que pudessem manter o controle da disseminação do vírus e evitar o colapso do sistema de saúde.

Suspender atividades por regiões é experimento de pouca eficácia

Ante o quadro de superlotação dos hospitais com filas à espera de vagas para internação hospitalar, sobretudo leitos de UTIs, fica evidente que não dá para ficar testando experimentos de pouca eficácia, como a da suspensão de atividades por regiões da capital em dias alternados. 

Renomados cientistas do País estão alertando para a gravidade da pandemia no estágio atual. Vejamos:

Miguel Nicolelis, neurocientista: “Vamos chegar a 500 mil óbitos”, Jornal Estado de Minas, ao defender a adoção de lockdown nacional para conter o avanço da epidemia;

Carlos Machado, pesquisador e coordenador do Observatório da Covid-19 da Fiocruz, no Estadão: “Sem lockdown, chegaremos a 5 mil mortos diários no fim de abril”, também como remédio para desacelerar a propagação da Covid-19.

Ou seja: é praticamente consenso hoje no meio acadêmico que a pandemia está completamente fora de controle e que só há dois caminhos para reduzir o número de casos de infectados pelo vírus e de óbitos: vacinas para imunizar a população, que ninguém sabe ao certo quando isso será possível dada à escassez do produto, e o isolamento social. Mas para se alcançar este último, eles defendem a adoção de lockdown com coordenação entre os poderes por 14 ou 21 dias.

Átila Iamarino, biólogo doutor em microbiologia da Universidade de São Paulo (USP), nas diversas entrevistas que vem concedendo aos principais veículos de comunicação, também não aceita meio termo quando o assunto é a adoção de medida para conter a pandemia, que não seja o lockdown. E para aqueles que são contrários à adoção da medida, o professor tem sido direto na resposta: “Ou vocês fecham ou serão fechados pelo vírus”. Segundo o professor da USP, empresas importantes já encerraram suas atividades no Brasil por conta do agravamento da pandemia no País, dentre elas, a Ford, a Scania e a Volvo.

Se considerar a gravidade do estágio atual da pandemia com previsões de piora nas próximas semanas, apontadas por cientistas, recomendam-se todos os cuidados com os protocolos e a torcida para que as medidas adotadas deem os resultados esperados. Caso contrário, haverá risco da adoção de medidas restritivas mais duras, como o fechamento do comércio por períodos mais longos e mais abrangentes. Um exemplo de onde as medidas restritivas serão mais abrangentes na próxima semana é o Estado de São Paulo, onde o governador João Dória (PSDB) já admitiu lançar mão da alternativa, para tentar segurar a propagação do vírus. (D.O.)

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