Aparecida

Após 20 dias de queda, casos diários de Covid-19 voltam a avançar em Aparecida

O número de casos diários de Covid-19 em Aparecida de Goiânia atingiu 140 notificações diárias no dia 1º de maio e o índice caiu em 6,4% até 20 de maio. No entanto, as infecções voltaram a subir em 15,26% entre a última quinta-feira,20, e sábado, 22. Segundo o Boletim Epidemiológico Coronavírus da prefeitura do município, no dia 20 havia 131 casos confirmados nas últimas 24 horas. Já no dia 22, o número saltou para 151.

A retomada de contaminações diárias acima de 150 casos é algo que preocupa, pois sinaliza a predominância de uma taxa elevada de contágio. Desde que a Prefeitura de Aparecida adotou o modelo de zoneamento do comércio, em março, os índices de mortes e casos de Covid-19 só aumentaram. Apesar do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 classificar o município no cenário verde (risco baixo), Aparecida permanece em situação crítica no mapa de risco da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO).

Com base nas informações da SES-GO, a média de mortes diárias em Aparecida no mês de abril foi de 7,9, um pouco menor do que em março, quando foram registradas 8,3 mortes. O município registrou 239 mortes por Covid-19 em abril. Foi quase metade do total de 546 óbitos registrados no mês de março no município. E isso não é por acaso: cenas de aglomeração na cidade foram cada vez mais comuns, ao passo que pontos comerciais aparecidenses e feiras livres funcionam livremente, conforme a implantação do modelo de zoneamento por macrozonas.

Apesar dos números, a Prefeitura de Aparecida disse que o modelo de abertura escalonada do comércio, indústria e serviços teria ajudado a estabilizar o avanço da doença, porém o que se vê desde dezembro é o aumento das mortes diárias na cidade. Imagens chocantes mostradas em edições passadas do Diário de Aparecida nos cemitérios locais exibiram uma sequência de valas abertas para receber caixões – em dezembro, eram cerca de duas mortes por dia, índice que se manteve em janeiro; em fevereiro subiu para aproximadamente cinco mortes por dia, e em março superou oito mortes por dia.

Um dos fatos polêmicos com relação às falhas do isolamento social em Aparecida é que os motéis foram considerados atividades essenciais pela prefeitura e continuam funcionando normalmente. E ainda as feiras livres, como a do Setor Garavelo, também autorizadas pela prefeitura, acabaram virando cenário de aglomerações, uma situação de risco, já que o índice de ocupação de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) na cidade ainda era alto.

“A ideia de zoneamento é um pouco ingênua, mas atende aos comerciantes. Não leva em consideração que o vírus circula e as pessoas andam, pegam ônibus e visitam outros lugares”, disse em entrevista ao Diário da Manhã o biólogo Matheus Santos, especialista em Genética pela Universidade Federal de Goiás (UFG).

 

Mais flexibilizações
Recentemente, a Prefeitura de Aparecida autorizou a realização de atividades de lazer. A Portaria n° 069/2021, publicada no Diário Oficial Eletrônico (DOE) de Aparecida no dia 19 de maio, autoriza o funcionamento de cinemas e teatros na cidade. Esse tipo de atividade econômica estava suspenso desde o dia 1º de março, quando o município adotou o isolamento social intermitente. Para a retomada, as empresas deverão cumprir rigorosamente as medidas de prevenção no combate à Covid-19. Vale lembrar que Aparecida se encontra no cenário verde da matriz de risco, com risco baixo.

Conforme especifica a portaria, as empresas deverão respeitar o distanciamento de no mínimo 1,5 metro nas filas de bilheterias com demarcações indicadas. Os funcionários devem ser orientados a intensificar a limpeza dos ambientes, bem como disponibilizar álcool 70% para higienização das mãos dos clientes. Além da obrigação em aferir a temperatura corporal dos frequentadores e o uso de máscaras faciais, a portaria prevê ainda a priorização da venda de ingressos pela internet, com o intuito de evitar o contato físico entre os clientes.

Tanto em cinemas quanto em teatros deve-se respeitar o intervalo de 45 minutos entre uma sessão e outra, para que seja feita a desinfecção do ambiente. O distanciamento dentro desses locais também precisa respeitar 1,5 metro, com um assento frontal, um posterior e dois laterais vazios entre as poltronas de cada cliente, exceto casais e membros do mesmo grupo.

A portaria define ainda o funcionamento em regime de escalonamento e com 30% da capacidade de parque de diversões e assemelhados. Para os cinemas e teatros, será preciso organização de saída compassada de frequentadores por filas de assentos. Além disso, se fazem necessárias também a manutenção e a higienização do sistema de ar-condicionado do local, conforme as normas específicas. Museus e bibliotecas também têm autorização para funcionar, respeitando as medidas de prevenção de contágio pela Covid-19. Todos esses estabelecimentos precisam ainda seguir o isolamento social intermitente por escalonamento regional.

Outra flexibilização foi a autorização para realização de eventos sociais públicos e privados. Conforme a Portaria nº 064/2021, publicada no DOE do município no dia 17 de maio, eles podem ser realizados com a presença de até 100 pessoas e restritos a 30% da capacidade de lotação de cada espaço em locais destinados e regulados, com alvará e demais licenças, para esta finalidade. O horário limite para encerramento é à meia-noite. Permanecem proibidos os shows com música ao vivo e pistas de dança.

Além de respeitar a lotação de até 30% de cada espaço, os organizadores devem garantir o distanciamento mínimo de 1,5 metro entre as pessoas, disponibilizar álcool em gel 70% para higienização das mãos, exigir o uso permanente de máscara de proteção fácil, realizar a desinfecção frequente do ambiente e monitorar funcionários com o objetivo de identificar possíveis casos suspeitos de Covid-19. Os estabelecimentos devem ainda impedir a presença de pessoas com febre, sintomas gripais e que tenham estabelecido contato com indivíduos testados positivo para Covid-19 nos últimos 14 dias.

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