Aparecida

Especialistas revelam que o abre e fecha do comércio não é eficiente para controle da pandemia

O número de casos e mortes por Covid-19 aumentou. Com isso, as autoridades resolveram criar medidas de restrição para conter o avanço da pandemia do coronavírus, como o fechamento de estabelecimentos comerciais ou com funcionamento em horários reduzidos. Mas basta uma leve melhora nos indicadores para que as lojas reabram e tudo comece a voltar ao “normal”. A verdade é que esse constante abre e fecha do comércio não é suficiente tampouco eficiente para conter a pandemia no Brasil e pode, inclusive, ser prejudicial para a economia.

“Desde o começo da pandemia, venho dizendo que essa tragédia do abre e fecha vai destruir a saúde pública e a economia do Brasil, e é o que está acontecendo”, explica Pedro Hallal, epidemiologista da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) ao VivaBem, canal de saúde e bem-estar do UOL.

Segundo Hallal, o recomendado pela ciência, em situações nas quais o vírus está descontrolado, como no Brasil, é um lockdown curto (três semanas) e rigoroso. “Mas o que o Brasil faz são medidas longas e flexíveis. Isso vai destruir a economia e a saúde pública.”

E é exatamente por isso que ocorre esse “efeito sanfona”, com o número de mortos/infectados pela Covid-19 subindo e depois diminuindo. “Isso explica o fato de as nossas ondas nunca se completarem. A segunda onda entrou por cima da primeira e essa terceira entrará por cima da segunda. O Brasil nunca leva os números para baixo como faria com um lockdown e aí ficamos neste abre e fecha totalmente improdutivo”, conclui o especialista.

Para Denise Garrett, médica epidemiologista e vice-presidente do Instituto Sabin de Vacinas, o lockdown de três semanas, com auxílio emergencial, seria a medida ideal. “O problema é que esse lockdown no Brasil teria pouca adesão porque a população está cansada desse abre e fecha. É inefetivo e desgasta a população em vários sentidos”, disse ao VivaBem. (E.M.)

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo