Daniel confirmado na presidência do MDB deverá levar Mendanha a se filiar ao PSDB
O prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha, está prestes a tomar a decisão de trocar o MDB pelo PSDB do ex-governador Marconi Perillo. Com a iminente confirmação de mais um mandato para Daniel Vilela como presidente estadual do partido, o que consolidará em definitivo a tese de aproximação com o governador Ronaldo Caiado e formação de uma aliança com o DEM com vistas às eleições de 2022, Mendanha, que defende candidatura própria emedebista e não aceita qualquer relação com Caiado, deve enfim colocar ponto final nas especulações e aceitar o convite de Marconi para se transformar em tucano.
A hipótese de filiação ao Republicanos, após deixar o MDB, está praticamente afastada pelo prefeito aparecidense. Segundo avaliação do analista político Divino Olávio, em matéria publicada no Diário de Aparecida esta semana, “Mendanha pode até se filiar a outro partido, como o PSDB, por exemplo, sem que haja nenhum problema. Mas se optar por se filiar ao Republicanos do prefeito Rogério Cruz, muito provavelmente o seu gesto seria considerado como um ‘tapa na cara’ de Daniel Vilela e de toda a família do ex-prefeito e ex-governador Maguito Vilela, morto em janeiro por complicações da Covid-19”.
Isso porque, explica o jornalista, “Rogério Cruz virou prefeito da Capital para os quatro anos. Sentindo-se com o espaço cada vez mais encurtado na equipe de auxiliares do prefeito, os emedebistas romperam com o prefeito. Agora, se Gustavo Mendanha – que tanto fala de lealdade a Daniel, a quem chama de ‘irmão’, e à memória de Maguito – trocar o MDB exatamente pelo Republicanos, o partido do prefeito que não demonstrou qualquer empenho para manter os emedebistas na sua equipe, estaria colando em sua testa sabe-se lá por quanto tempo o título de desleal. Se for para qualquer outro partido, poderá até ser compreendido, mas, para o Republicanos, jamais”, escreve Divino Olávio.
Sem espaço dentro do MDB e pressionado pelo seu provinciano grupo político em Aparecida para sair da “sombra” de Daniel Vilela, além de ficar desmoralizado com a derrota da tese de candidatura própria em 2022, restaria a Mendanha buscar abrigo no PSDB – onde, conforme já reafirmou Marconi, ele seria recebido com tapete vermelho e teria, se quiser, a garantia de ser o candidato do partido ao governo do Estado, confrontando a reeleição de Ronaldo Caiado no ano que vem.
Na semana que vem, Daniel Vilela deverá ser reconduzido à presidência estadual do MDB, com o apoio do ex-prefeito de Goiânia Iris Rezende, consolidando a tendência do partido a favor de uma composição para ter um representante na chapa da reeleição de Caiado e, assim, apoiar mais um mandato para o atual governador.
Hoje, Marconi, ao lado do presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Sandro Mabel, já é o principal conselheiro político do prefeito de Aparecida. Foi deles que partiu a ideia de lançar Mendanha em um périplo pelo interior do Estado, visitando prefeitos, vereadores e lideranças para articular as próximas eleições e defender o lançamento de um candidato a governador pelo MDB.
Mas Mendanha levou um choque ao visitar Jataí, onde o prefeito Humberto Machado, que também é do MDB, se recusou a recebê-lo, alegando que só o faria se ele, Mendanha, se fizesse acompanhar por Daniel Vilela. A informação foi ocultada, mas acabou vazando. E é sinal de que a situação do prefeito de Aparecida dentro do partido está ficando insustentável.