Aparecida

Pandemia avança em Aparecida e ocupação geral de leitos de UTI alcança quase 72%

À medida que a Prefeitura de Aparecida de Goiânia despreza as ações sanitárias referentes à classificação de calamidade do município no mapa de risco da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), a pandemia do novo coronavírus se expande. Segundo a SES-GO, na tarde de ontem, 24, a ocupação geral (pública e privada) estava em 71,98%. Já na rede pública era de 62% e na particular em 92%, de acordo com dados do Painel da Covid-19 de Aparecida da última quarta-feira, 23. A taxa geral de ocupação de enfermarias estava em 73,88%.

De acordo com a SES-GO, a situação do Hospital São Silvestre é ainda pior. Por lá, a ocupação de leitos de UTI voltados ao tratamento atingiu 100%, enquanto no Hospital Garavelo, 95,45%. Já no Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (HMAP), a ocupação estava em 60,16% até a tarde de ontem, 24, quando teve a última atualização do balanço.

A taxa de ocupação de leitos é um dos principais indicadores, dentre oito, para análise da taxa de risco do município. Os outros são: taxa de letalidade; número de casos ativos; o número de novos casos ativos por dia; o percentual de resultados positivos entre os exames do tipo RT-PCR realizados; o tempo médio para obtenção dos resultados dos testes, e o percentual de profissionais de saúde afastados.

O cenário pandêmico de Aparecida passa por avaliação. Há preocupação quanto aos índices a serem averiguados para aumento, ou não, das restrições no município. Nova reunião do Comitê Municipal de Prevenção e Enfrentamento à Pandemia deve ser realizada ainda esta semana para avaliação dos indicadores.

A tendência é de que a definição das medidas a serem adotadas aconteça na reunião do Comitê de Enfrentamento à Covid-19, marcada para esta semana, mas ainda sem data definida. No entanto, a avaliação interna dentro do próprio comitê é de que o mapa de calor já está em cenário amarelo, mesmo o município adotando o modelo menos restritivo do escalonamento por macrozonas. Atualmente cada macrozona fecha uma vez durante a semana, sem fechamentos nos fins de semana.

O presidente da Associação Comercial, Industrial e Empresarial da Região Leste de Aparecida de Goiânia (Acirlag), Maione Padeiro, aponta que a preocupação é geral, sobretudo em setores já desgastados com a pandemia, como bares, restaurantes e ligados a eventos. Porém, ele lembrou que pequenos comércios, como salões de beleza, barbearia, assistência de celular, também sofrem diretamente com o maior número de restrições.

Recentemente, a prefeitura autorizou o funcionamento de eventos sociais e cinemas. De acordo com a SES-GO, municípios que estão em situação de calamidade deverão adotar procedimentos padronizados. No caso, o entendimento das autoridades em saúde é de que haja a interrupção de todas as atividades, exceto supermercados e congêneres, farmácias, postos de combustíveis e serviços de urgência e emergência em saúde. A nota técnica define ainda que, caso seja observada piora nos indicadores, cada região manterá as medidas restritivas respectivas a cada situação por pelo menos 14 dias.

Circulação de variantes preocupa especialistas

Paralelo ao crescimento da ocupação dos leitos de UTI, foi constatada a transmissão comunitária da variante Delta da Covid-19, que foi identificada primeiro na Índia. A circulação da variante, que é considerada mais infecciosa, preocupa porque especialistas acreditam que ela tenha ligação íntima com o grande número de casos graves da doença no País asiático. Na Capital também já existe a transmissão comunitária da variante Gamma, encontrada pela primeira vez em Manaus.

Mesmo com a circulação das variantes e da taxa de ocupação dos leitos acima de 90%, a prefeitura publicou um decreto na última terça-feira, 22, em uma edição suplementar, ampliando de 30% para 50% a ocupação das salas de aula na Capital. O texto também muda a forma de cálculo para a capacidade de bares e restaurantes: em vez dos 30% da capacidade, o limite será por distanciamento entre as mesas, que devem ficar a pelo menos dois metros umas das outras.

Diniz Filho aponta que o crescimento de casos, internações e mortes é um movimento responsivo aos relaxamentos feitos pelo poder público. “Como ficou muito tempo ‘estável’ [no alto], o pessoal aumenta a flexibilização e começamos a detectar nova aceleração.” (E.M.)

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