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Após 20 dias de buscas, Lázaro morre ao confrontar policiais

Após 20 dias de intensas buscas envolvendo diversas forças policiais, tanto do Distrito Federal como de Goiás, chega ao fim a caçada ao assassino mais procurado do País. Lázaro Barbosa Sousa, de 32 anos, foi capturado e morto ontem, 28, pela força-tarefa da polícia na cidade de Águas Lindas de Goiás, próximo à casa da ex-sogra dele, após confronto com os policiais. Um vídeo divulgado pela polícia mostra imagens de Lázaro Barbosa caminhando pela região.

Durante 20 dias, equipes de polícias especializadas e do núcleo de inteligência realizaram um verdadeiro pente- fino em regiões da zona rural de Cocalzinho de Goiás, Girassol, Edilândia e em chácaras próximas à cidade de Águas Lindas de Goiás. Helicópteros, viaturas, drones, cães farejadores e quase 400 policiais civis, militares, federais e rodoviários federais estiveram envolvidos na procura ao assassino em série, que, segundo o chefe de Segurança Pública do Estado de Goiás, Rodney Miranda, depois de ser cercado por policiais, efetuou diversos disparos de arma de fogo contra a equipe. O secretário afirmou em entrevista que Lázaro Barbosa estava armado com uma pistola e um revólver calibre 38.

O cerco

“Todos trabalhamos com o mesmo objetivo, cessar as atividades criminosas de um psicopata, um sujeito extremamente perigoso e violento que fez mais de 30 vítimas, tanto em Goiás quanto no Distrito Federal e também no Estado da Bahia. Hoje ele foi pego com R$ 4.450 no bolso, com roupas novas e duas armas na mão. Prova de que existia uma rede de proteção ao lado dele, dando assistência para ele fugir da polícia no meio do mato”, disse.

Rodney Miranda destacou o profissionalismo das equipes policiais por cumprir o compromisso com a comunidade, de não sair do local enquanto não estabelecessem a paz e a tranquilidade para a população do Entorno. As investigações continuam no sentido de saber quem era o investidor (a pessoa que dava dinheiro para Lázaro), já que ele tinha uma grande quantidade de dinheiro no bolso.

“A partir do momento que descobrimos o esconderijo dele, tivemos a informação de que ele iria até a casa da ex-sogra para conversar com a ex-companheira. A polícia então fez o cerco, ele correu pro mato gritando: ‘quem entrar atrás vai levar tiro na cara’. Depois descarregou um pente de pistola contra a equipe policial, que revidou. Não queríamos esse desfecho, porém ele teve o revide merecido”, ressaltou. Ainda segundo informações da polícia, Lázaro Barbosa tentava fugir para Brasília.

Lázaro ainda foi levado para um hospital da região de Águas Lindas de Goiás, que mais tarde confirmou a morte do criminoso. A caçada por Lázaro teve início no dia 9 de junho, quando a polícia começou a investigar um triplo homicídio na cidade de Ceilândia. Pai e dois filhos foram encontrados mortos e a mãe da família não estava no local.

As investigações mostram que Lázaro tem uma extensa ficha criminal incluindo vários crimes, entre eles, homicídios, roubo, latrocínio e estupro. Era fugitivo.

Novas prisões

A polícia agora quer saber quem ajudou e financiou as fugas de Lázaro. A informação é de que a polícia já tem pistas das pessoas envolvidas em um grupo de apoio ao assassino. A linha de investigação segue no sentido de descobrir quem são os integrantes desse grupo que possivelmente teria interesse em comprar grandes propriedades rurais do Entorno de Brasília, e que Lázaro Barbosa era uma espécie de “capanga” de fazendeiros da região. De acordo com a polícia, a base operacional, localizada em Cocalzinho de Goiás, deve continuar com o serviço de inteligência para efetuar novas prisões.

As buscas

Ao longo desses 20 dias de buscas ao assassino em série, várias chácaras e residências rurais foram invadidas por ele. Em uma dessas invasões, Lázaro matou toda uma família, e em outras casas fez algumas pessoas de reféns. Na tentativa de escapar da polícia, houve troca de tiros e um policial foi atingido – foi socorrido sem muita gravidade. As equipes policiais chegaram a montar bases operacionais em três cidades do Entorno de Brasília.

Por onde passava, o fugitivo deixava alguns rastros de destruição para trás. Em Edilândia, uma casa na região de uma chácara teria sido incendiada por ele na mata; o assassino deixou pistas, como alguns pertences e rituais. No 13° dia de buscas, um carro foi incendiado às margens da GO-070, próximo à cidade de Girassol, e foi periciado.

As bases, localizadas em Cocalzinho de Goiás e Girassol, receberam várias ligações – a maioria de “denúncias trote” – que, de acordo com a polícia, mais atrapalharam do que ajudaram nas investigações policiais. Radiocomunicadores cedidos pelo Exército Brasileiro também foram usados na operação.

Comparsas

Na última sexta-feira, dia 25, a polícia prendeu dois homens acusados de serem comparsas de Lázaro. O fazendeiro Elmi Caetano Evangelista, de 73 anos, e o caseiro dele, Alain Reis de Santana, de 33, foram presos em flagrante. Na residência do fazendeiro, a polícia encontrou uma espingarda de calibre 22 e 50 munições – a mesma arma usada pelo assassino durante a fuga. Em depoimento à polícia, o caseiro confessou que Elmi Caetano (fazendeiro) ajudava o criminoso a se esconder na mata e até mesmo dava comida a Lázaro. Por decisão da Justiça, Alain Reis de Santana foi solto.

Ajuda do alto

Religiosos e moradores da cidade onde estava localizada a base operacional da polícia e também de cidades vizinhas ocuparam alguns locais, além de realizar pequenas reuniões em frente à base, para cantar louvores e fazer orações pedindo proteção para os policiais e a captura de Lázaro. A intenção era devolver a paz a todos, principalmente à população local.

Família

Os pais de Lázaro Barbosa também chegaram a dar entrevistas na tentativa de ajudar o trabalho policial. A companheira do fugitivo deu entrevista com a filha no colo e fez um apelo para que o criminoso se entregasse. Emocionada, a esposa chegou a dizer várias vezes que ele era bom pai e bom marido e que a família o amava.

Justiça

A Defensoria Pública do Distrito Federal chegou a pedir proteção à integridade física de Lázaro após a prisão. O que gerou revolta na sociedade. O pedido foi negado. Em nota, o órgão pediu para que o fugitivo ficasse em uma cela “separada dos demais detentos”, garantindo, dessa forma, a vida do assassino em série.

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