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Polícia Federal investiga Bolsonaro por declarações associando vacinas à Aids
Delegado responsável pelo caso pedirá cooperação internacional, uma vez que o presidente citou fontes externas
A Polícia Federal instaurou uma investigação contra o presidente Jair Bolsonaro para apurar suas declarações associando as vacinas contra covid-19 ao desenvolvimento de Aids em pacientes com HIV positivo. Essa relação foi feita por Bolsonaro no final do ano passado, através de uma transmissão nas redes sociais.
A delegada da PF responsável pelo caso, Lorena Nascimento, informou que irá, inclusive, solicitar cooperação internacional para esclarecer se as fontes citadas pelo presidente são verdadeiras, já que ele as atribuiu a organismos de outros países. Lorena também informou que a Coordenação-Geral de Cooperação Internacional deverá tomar as seguintes ações:
- checar no Departamento de Saúde e Assistência Social do Reino Unido se o país teria divulgado em seus sites oficiais a informação de que “os totalmente vacinados […] estão desenvolvendo a síndrome de imonudeficiência adquirida muito mais rápido do que o previsto”;
- conferir no Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (Niaid), dos Estados Unidos, a existência de um susposto estudo citado por Bolsonaro. O presidente mencionou uma suposta publicação de profissionais do instituto segundo a qual a maioria das mortes da gripe espanhola teria acontecido devido a uma pneumonia bacteriana secundária, e que a proliferação dessa bactéria ocorreu pelo uso de máscaras. As autoridades sanitárias deixaram claro ao longo dos dois últimos anos que as máscaras, na verdade, previnem doenças.
