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Filiação de Jair Bolsonaro ao Patriota liquida a candidatura de Jânio Darrot

O presidente Jair Bolsonaro chega ao Patriota com “carta branca” para trocar as direções estaduais e também estimular candidaturas majoritárias (governador e senador) e proporcionais (deputado federal e deputado estadual) vinculadas ao seu grupo político. Em Goiás, a mexida no tabuleiro do Patriota terá o seu primeiro impacto no afastamento do publicitário Jorcelino Braga da presidência da Executiva estadual.

Braga, embora tenha declarado não ser contrário à filiação de Bolsonaro ao partido, conspirou contra as decisões tomadas pelo presidente nacional, Adilson Barroso, em dezembro do ano passado e, agora, participa da conspiração liderada pelo vice-presidente Ovasco Roma Altimari Resende, que questionou junto ao TSE a convenção que abriu as portas a Jair Bolsonaro e seu grupo político.

Com essa encrenca, o maior prejudicado é o ex-prefeito de Trindade Jânio Darrot, sob risco de ter seu projeto de disputar o governo de Goiás inviabilizado, já que o comando do Patriota deverá ser entregue pela direção nacional ao deputado federal Major Vitor Hugo, um bolsonarista de primeira hora e virtual pré-candidato ao Palácio das Esmeraldas. Se de um lado o Patriota vai ser “oxigenado” por políticos bolsonaristas em Goiás, haverá perdas de outro: Romário Policarpo, presidente da Câmara Municipal de Goiânia e pré-candidato à Câmara Federal, anuncia desfiliação com a chegada do presidente e seus aliados.

O presidente nacional do Patriota, Adilson Barroso, aceitou ceder controle do partido em todos os Estados brasileiros ao grupo de Jair Bolsonaro. Em 2018, o PSL de Jair Bolsonaro elegeu 52 deputados federais, dois a menos do que o PT, que elegeu 54. Em 2022, no Patriota, o presidente vai se empenhar para que o partido replique o sucesso do PSL, elegendo expressivo número de governadores, senadores, deputados federais e estaduais, além de assegurar a sua reeleição ao Palácio do Planalto.

Boa convivência com Caiado

Jair Bolsonaro não pretende criar ambiente beligerante com Ronaldo Caiado, de quem se considera amigo, reconhecendo a liderança política em Goiás e no País do governador goiano. Não será surpresa até se o novo Patriota participar da aliança com o DEM em Goiás para apoiar a reeleição de Ronaldo Caiado. O bolsonarismo em Goiás não tem nenhuma afinidade com os caciques oposicionistas, como José Eliton e Marconi Perillo, do PSDB, Rubens Otoni, do PT, Daniel Vilela, do MDB, e Delegado Waldir, do PSL (que se reelegeu à Câmara Federal pedindo votos para Jair Bolsonaro, mas rompeu com o Palácio do Planalto fazendo ásperas críticas ao presidente). Jânio Darrot e Jorcelino Braga farão de tudo para permanecerem no Patriota, mas tudo vai depender dos interesses do presidente Adilson Barroso e do próprio presidente Jair Bolsonaro. As conveniências eleitorais do partido em Goiás falarão mais alto, principalmente envolvendo o DEM do governador Ronaldo Caiado, que tem afinidades ideológicas e, principalmente, o sentimento anti-PT lulista.

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