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Por que os preços dos combustíveis não param de subir?

Primeiro, é preciso entender como os preços da gasolina e do diesel são definidos. A formação do preço dos combustíveis é composta pelo preço exercido pela Petrobras nas refinarias, mais tributos federais (PIS/Pasep, Cofins e Cide) e estadual (ICMS), além do custo de distribuição e revenda. Há ainda o custo do etanol anidro na gasolina, e o diesel tem a incidência do biodiesel. As variações de todos esses itens são o que determina o quanto o combustível vai custar nas bombas.

O principal ʽmotorʽ das altas da gasolina e do diesel vem sendo o real desvalorizado. Até a última sexta-feira, 22, o dólar – moeda à qual o valor do petróleo é atrelado – acumulava alta de 8,5% sobre o real este ano. “Eu destacaria que o principal culpado para a alta do preço do combustível é o câmbio, de longe. O petróleo já esteve num valor acima do atual, e o combustível não custava o que custa hoje” afirma Walter de Vitto, analista da consultoria Tendências, ao G1.

O que dá força para esse movimento de perda de valor da moeda brasileira são as várias incertezas dos investidores com relação ao rumo da política econômica do governo Jair Bolsonaro (sem partido). As falas de caráter golpista do presidente nas manifestações de 7 de setembro elevaram o grau de incerteza na economia e bagunçaram os indicadores.

Outro episódio marcante foi o furo do teto de gastos para financiamento do Auxílio Brasil, em especial depois que o ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu o drible à regra. Além de elevar o dólar, crises políticas como essa diminuem a probabilidade da aprovação de políticas públicas no Congresso.

No governo Michel Temer (MDB), a Petrobras alterou a sua política de preços de combustíveis para seguir a paridade com o mercado internacional. Os preços de venda dos combustíveis praticados pela estatal passaram a seguir o valor do petróleo no mercado internacional e a variação cambial. Dessa forma, uma cotação mais elevada da commodity e/ou uma desvalorização do real têm potencial para contribuir com uma alta de preços no Brasil, por exemplo. A Petrobras é dominante no mercado. E, portanto, qualquer mudança adotada pela estatal tem capacidade para produzir um impacto em toda a cadeia. (E.M)

 

 

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