Esporte

O dia em que a Aparecidense imortalizou sua história no futebol brasileiro

De time desacreditado no início a campeão nacional; os bastidores da maior conquista de um time do interior goiano

Júnior Schumacher

Sábado, dia 13  de novembro de 2021, exatamente um dia antes da comemoração dos 58 anos de emancipação política de Aparecida de Goiânia, o que de fato simboliza a independência de uma cidade. E, é em alusão a esta data tão especial para os aparecidenses, que a partir de agora não comemorará apenas em um dia, mas sim em dois dias do décimo primeiro mês do ano.

A partir deste ano, o 13 de novembro  será lembrado como a data em que a Aparecidense, um time de futebol da cidade de Aparecida de Goiânia, município com 590.146 mil habitantes, segundo dados de 2020, com 36 anos de história, e que já esteve à beira de ser extinta, literalmente conquistou o Brasil.

O dia começou “feio”, nublado e chuvoso. Mas nada impediu que todos os caminhos levassem ao Estádio Anníbal Batista de Toledo. Pudemos por uma tarde esquecermos de rivalidade futebolística, o Esmeraldino sentava do lado do Colorado, o Corintiano ao lado do Palmeirense… que nostalgia. Composta por uma população de retirantes de toda parte do Brasil, e quiçá do mundo, essa representação foi literalmente exposta na praça esportiva, camisas de times de futebol de praticamente todos os Estados da nação.

Dentro de campo uma mega, hiper, super estrutura foi montada. Toda a cúpula da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), e políticos e mais políticos, menos o mandatário principal da cidade estavam presentes. Enfim, a bola rolou num campo encharcado pela chuva. Diferentemente de jogos anteriores, a Aparecidense estava irreconhecível, cedendo muito espaço para o adversário, o Campinense/PB. Talvez o resultado positivo de 1 a 0,  conseguido no primeiro jogo da grande final tenha sido o motivo da postura adotada pela equipe de Aparecida de Goiânia.

Assim se seguiu, e no início do segundo tempo gol do Campinense/PB, tensão no ar. Com o resultado, a disputa  pela taça, e que taça linda, estava indo para as penalidades máximas. Numa das raras  escapadas da Aparecidense, já na metade final do jogo, o meia-atacante Robert recebeu cara a cara com o goleiro paraibano e desperdiçou. Os olhos dos torcedores arregalaram, e num cantinho do estádio a torcida do Campinense/PB iam a loucura.

Mas cinco minutos após esse lance, quis o destino que o mesmo Robert recebesse na direita e como um excelente armador, viu o atacante Samuel  que  havia acabado de entrar, passar sozinho na esquerda, o meia tocou para o atacante que em frente o goleiro teve a tranquilidade e tocou por cima. Golaço, alívio, choro…eram sentimentos presente no estádio. 1 a 1, resultado que garantia o título para a Aparecidense.

Nos últimos oito minutos do tempo regulamentar, mais o quatro de acréscimo o que se viu foram dedos cruzados, jogadores reservas e torcedores ajoelhados e bola na trave do Campinense/PB. E enfim veio o apito final! Alívio, choro, gritos, abraços, beijos, nostalgia. Exaltação a Maguito Vilela. E como diz o hino da Aparecidense: ” É o orgulho da cidade de Aparecida”… E que orgulho!

Provavelmente daqui a pouco a camisa da Aparecidense ganhará uma estrela dourada, o símbolo é usual no meio futebolístico quando se conquista um título importante. Mas, mais que a estrela, no último fim de semana, a Aparecidense entrou para o rol de times campeões nacionais. Entrou para história como o único time goiano do interior do Estado com título nacional. E, por fim, se tornou um time imortal. Parabéns Aparecidense!

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