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Falta de apoiadores de peso continua como principal desafio para Mendanha

Prefeito anda pelos municípios para participar de reuniões esvaziadas, com figuras políticas inexpressivas e acompanhado apenas pelo deputado estadual Paulo Cézar Martins

O projeto político do prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha, que sonha transformar-se em um nome de projeção estadual, esbarra em um obstáculo que está se revelando intransponível: a ausência de apoiadores de peso, ou seja, lideranças de expressão que se declarem ao seu lado ou dispostas a acompanhá-lo na aventura de uma candidatura ao governo do Estado.

Fora os vereadores e alguns políticos de Aparecida, todos dependentes da folha de pagamento da prefeitura, Mendanha só conta com o deputado estadual Paulo Cézar Martins, por enquanto do MDB. Paulo Cézar, que tem influência restrita a alguns municípios que representa na Assembleia, é o único político do Estado que “trabalha” a favor do prefeito de Aparecida, basicamente promovendo reuniões nas suas bases no interior.

Além desse deputado, outros dois parlamentares têm aparecido, eventualmente, junto com Mendanha: Delegado Humberto Teófilo, de saída do PSL, e Cláudio Meirelles, do PTC. Nenhum dos dois, entretanto, confirmou até hoje apoio ostensivo ao projeto de Mendanha e mais parecem aproveitar a oportunidade de uma foto ao lado do prefeito aparecidense como “recado” para o governador Ronaldo Caiado, que apoiavam no início do governo, mas, afastados da bancada de sustentação do Palácio das Esmeraldas na Assembleia, posteriormente passaram a fazer oposição.

Teófilo e Meirelles cuidam das suas próprias vidas, o primeiro candidato a deputado federal e o segundo postulante à reeleição. Não “trabalham”, isto é, não articulam ou desenvolvem qualquer atividade que possa ser entendida como contributiva para a imagem de Mendanha ou a ampliação do conhecimento da sua figura junto ao eleitorado.

Ora, alguém dirá, e a deputada federal Magda Mofatto, do PL? Ele não apoia Mendanha? Sim, apoia, é verdade. Só que, afora declarações aos jornais, de vez em quando, manifestando compromisso com a pré-candidatura do prefeito, ela também não age concretamente para fortalecer Mendanha.

Até hoje, Magda nunca promoveu um evento para apresentar o seu pré-candidato à governador nos municípios onde ela foi bem votada. Um grande encontro em Caldas Novas, comemorado por Mendanha nas redes sociais como uma grande manifestação de apoio, na verdade foi uma festa de aniversário para a deputada – na qual falaram dezenas de oradores, entre eles o prefeito aparecidense, que não foi sequer citado no discurso de agradecimento de Magda.

E tudo isso sem falar que o PL está prestes a ser tirado do comando de Magda Mofatto e transferido para a esfera de influência do deputado federal Major Vitor Hugo. Ele rejeita qualquer apoio a Mendanha, ao considerá-lo um político de baixa confiabilidade e deve levar o partido para a base de apoio da sua própria candidatura a governador – sim, ele é candidato ao Palácio das Esmeraldas.

Quem mais? O deputado federal Prof. Alcides, do PP, seria “mendanhista” convicto. Só que ele é outro que nunca patrocinou qualquer manifestação nos municípios a favor de Mendanha. E nem procura a imprensa para deixar claro a sua preferência pelo prefeito na disputa pelo governo do Estado. Seu apoio, dentro do seu estilo de fazer política, é frio.

Em termos de apoio, é o que há para o prefeito de Aparecida. Em 1998, Marconi Perillo surpreendentemente venceu Iris Rezende, façanha que Mendanha gosta de relembrar ao sugerir que ele seria o “novo” Marconi. Só que o tucano, na época, tinha o apoio da maioria dos deputados federais (inclusive Ronaldo Caiado), de quatro grandes partidos, de cinco ex-governador, do prefeito de Goiânia Nion Albernaz e ainda pegou Iris no fim de um ciclo histórico. É bem diferente da realidade política que existe hoje em Goiás.

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