O governador Ronaldo Caiado (DEM, em fase de fusão com o PSL para criar o União Brasil) deu uma esfriada no debate sobre escolha do candidato à vaga ao Senado, na chapa da base aliada, ao adiar para a partir de março a definição do nome que estará ao seu lado na campanha eleitoral de 2022. Caiado já bateu o martelo: Daniel Vilela (MDB) será candidato a vice-governador.
Na base governista, são sete os pretendentes à única vaga de senador: Henrique Meirelles (PSD), João Campos (Republicanos), Alexandre Baldy (Progressistas), Delegado Waldir (PSL), Wilder Morais (PSC), Luiz do Carmo e Zacharias Calil (DEM) tentam viabilizar disputa majoritária no bloco governista.
A disputa mostra um cenário competitivo em Goiás e o processo de afunilamento de nomes já se iniciou. De nove pretendentes, dois ficaram pelo caminho e sete estão no páreo. Novas mudanças poderão ocorrer, sendo possível mesmo o surgimento de nomes, até as convenções partidárias, em julho/agosto de 2022. A lista incluía Iris Rezende (MDB) e Daniel Vilela (MDB), que saíram por motivos óbvios.
Todos esses pretendentes buscam espaço na chapa encabeçada pelo governador Ronaldo Caiado (DEM), que concorre à reeleição no pleito do ano que vem. Os políticos sonham em chegar ao Senado Federal, pois representa a “consagração” da carreira, principalmente para aqueles que não alcançaram votos mais altos como a presidência da República ou o governo do Estado. Além do mais, cada senador tem vultosos vencimentos, verba indenizatória, dezenas de assessores de gabinete e incontáveis mordomias e privilégios. O salário de um senador ultrapassa R$ 100 mil mensais.
“Senado é melhor que o céu porque não é morrer para chegar lá”, afirmou Darcy Ribeiro (PDT), que integrou a Casa representando o estado do Rio de Janeiro. Como existe apenas uma vaga pela base governista e são sete os pretendentes, o governador Ronaldo Caiado deverá fazer composição com os partidos políticos, oferecendo opção de suplente de senador ou de disputa de deputado federal para acomodar todas as forças políticas.
Não sendo escolhidos, Delegado Waldir e João Campos, por exemplo, podem concorrer à reeleição em 2022, já que preservaram suas bases eleitorais no interior do Estado. Delegado Waldir se beneficiará da fusão do PSL com o DEM, que formará forte e competitiva chapa para a Câmara Federal. João Campos entraria na disputa por duas vagas pelo Republicanos, já que o pastor Jeferson Rodrigues, atual deputado estadual, também vai concorrer a deputado federal.
CONFIRA A SITUAÇÃO DE CADA UM DOS PRÉ-CANDIDATOS
Henrique Meirelles
O goiano de Anápolis Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central nos governos Lula, ex-ministro da Fazenda no governo Michel Temer, entra no páreo como concorrente ao Senado por Goiás. Atual secretário de Fazenda do governo João Doria, em São Paulo, Meirelles retornou ao PSD pelas mãos do presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, para postular vaga ao Senado. Ainda não transferiu o domicílio eleitoral de São Paulo para Goiânia. Henrique Meirelles, que já foi deputado federal/relâmpago por Goiás em 2004, também já tentou, sem êxito, concorrer ao governo de Goiás, pelo MDB, em 2010.Ele alcançou projeção nacional e internacional ao assumir a presidência mundial do Banco de Boston, sediado nos Estados Unidos. Em 2018, Henrique Meirelles disputa a presidência da República, pelo MDB e notabilizou-se pelo slogan: “Chame o Meirelles”.
João Campos
O deputado federal João Campos, presidente do Republicanos de Goiás, se movimenta como pré-candidato ao Senado. Ele ainda não recebeu apoio de partidos, mas acredita que poderá consolidar seu nome junto ao eleitorado goiano. Ele é delegado de polícia civil e pastor da igreja Assembleia de Deus. Nos últimos anos, fez campanha para a Câmara Federal com apoio da igreja Universal do Reino de Deus. O Republicanos quer aliança com o Democratas de Ronaldo Caiado. Caso não viabilize o seu projeto ao Senado, João Campos deverá concorrer à reeleição.
Alexandre Baldy
O ex-ministro de Cidades do governo Michel Temer, Alexandre Baldy, trabalha para viabilizar seu projeto de concorrer ao Senado nas eleições de 2022. Atualmente, ele é secretário de Transportes Metropolitanos do governo João Doria, em São Paulo. Com a chegada do senador Ciro Nogueira à Casa Civil do governo Jair Bolsonaro, Alexandre Baldy, que está de mudança para Brasília, após entregar o cargo a João Dória, revigora suas pretensões de se tornar candidato ao Senado. Baldy, que é empresário na área de fabricação de remédios em Anápolis, exerce a presidência do Progressistas de Goiás, partido que conta com os deputados federais Professor Alcides e Adriano do Baldy e 32 prefeitos.
Delegado Waldir
Campeão de votos, por duas vezes, para a Câmara Federal, o Delegado Waldir Soares reaproximou-se da base do governador Ronaldo Caiado (DEM) e coloca seu nome como alternativa para a disputa ao Senado. Waldir se distanciou de Bolsonaro após exercer a liderança do PSL na Câmara Federal. Agora, o parlamentar admite apoiar a reeleição do presidente, já que não tem qualquer afinidade com as esquerdas. O parlamentar percebeu que estar ao lado de Ronaldo Caiado traz dividendos eleitorais, diante da alta popularidade do governador e do apoio que o democrata tem junto aos prefeitos goianos.
Wilder Morais
O empresário Wilder Morais (PSC) quer concorrer novamente ao Senado Federal. Em 2018, ele ficou em terceiro lugar na disputa por duas vagas, atrás dos eleitos Vanderlan Cardoso (PP) e Jorge Kajuru (PRP). Wilder exerceu, por seis anos, o cargo de senador, com a cassação do mandato de Demóstenes Torres, em 2012. Wilder é aliado do governador Ronaldo Caiado (DEM) e do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). No atual governo, ocupou a secretaria de Indústria e Comércio.
Luiz do Carmo
Esse já está fora do jogo: com a indicação de Daniel Vilela para a chapa majoritária, em aliança com o DEM, como candidato a vice-governador, o MDB perdeu força para apresentar nome ao Senado. Assim, o senador Luiz do Carmo, que pretende disputar reeleição, vai migrar para o PSC, partido presidido em Goiás pelo seu irmão, Eurípedes do Carmo, ex-prefeito de Bela Vista. Ele e Wilder Morais são as opções do PSC: em abril, um dos dois deve desistir da disputa.
Zacharias Calil
O deputado federal Zacharias Calil também sonha com a disputa ao Senado e espera aparecer bem posicionado nas pesquisas eleitorais que serão divulgadas a partir de janeiro. Mas, como diz, não pretende ser candidato a qualquer custo, ou seja, permanecerá no DEM, sem aventurar-se por outra legenda para concorrer a cargo majoritário.
