Notícias

Mesmo com as adversidades, ano foi marcado pela esperança dos brasileiros

Com recordes de mortes por Covid-19, brasileiros ainda tiveram que lidar com inflação nos dois dígitos e altas consecutivas de preços

Suely Carvalho

2021 foi um ano marcado por acontecimentos que nos causaram tristeza e revolta, mas que também nos trouxe esperança e aprendizado. O início da vacinação contra a Covid no Brasil, em janeiro, abriu 2021 com muita expectativa. Era a esperança de que, aos poucos, os reencontros seriam possíveis. Os Jogos Olímpicos emocionaram e cumpriram o papel de reconectar o mundo, mesmo com as arquibancadas em Tóquio vazias.

O ano de 2021 também foi de força e resiliência. A natureza resistiu, mesmo com índices altíssimos de desmatamento na Amazônia e de queimadas em várias regiões do país. A cultura se reinventou após mais de um ano funcionando apenas de forma virtual. As lutas contra o preconceito se fizeram presentes, cada vez com mais afirmação.

Alta no preço dos Combustíveis

Também influenciado pelos preços internacionais, em especial do barril de petróleo, o valor do combustível nas bombas escalou rapidamente em 2021. Passou de uma média de R$ 4,22 em novembro de 2020 para R$6,9 neste ano, uma alta de 51%, segundo o Índice de Preços Ticket Log (IPTL).

Gás de Cozinha

Sem interferência do governo, os preços administrados pela Petrobras também acertaram o bolso dos brasileiros, com o botijão de gás chegando em R$ 140 no mês de agosto, e colando famílias na dependência do fogão à lenha. Há um ano, o valor era R$ 100 segundo dados da Fundação Getúlio Vargas.

Inflação

O avanço nos preços administrados no Brasil foi, sem dúvida, um dos mais visíveis na economia do dia a dia. Muito possivelmente encerrará dezembro em torno de 10% e os motivos são diversos. A alta do dólar é um fator que já vinha pressionando o IPCA desde o ano passado, mas a persistência dela em 2021 afetou diretamente o valor do combustível, conta de luz e alimentos. Como forma de tentar conter esse avanço, o Banco Central, que ganhou autonomia em 2021, subiu a taxa básica de juros em reuniões consecutivas, com o último aumento elevando a Selic para 9,25%, ante aos 2% do final de 2020. Muito possivelmente ela passará dos 11% no em 2022, voltando aos níveis de 2017.

Emprego

Ainda que o Brasil tenha conseguido criar vagas de emprego em 2021, o problema da falta de oportunidade de trabalho também guiou o dia a dia das famílias.  Houve um crescimento acelerado de pessoas trabalhando por conta própria. O IBGE estima que 7 milhões de pessoas partiram para este tipo de ocupação, que envolve desde vendedores de bala no semáforo até empresas que contratam sem vínculo empregatício. Isso fez com que a renda média do brasileiro caísse em torno de 10% em um ano e 15% comparado ao período pré-pandemia, segundo o Ipea. Com a inflação passando de 10%, o salário médio do brasileiro está ajustado aos níveis de 2015.

#VacinaSim

O início oficial da vacinação contra a Covid-19 no Brasil foi no dia 19 de janeiro, apesar da primeira dose ter sido aplicada em uma enfermeira do estado de São Paulo no dia 17. Mônica Calazans, de 54 anos, que recebeu a dose da vacina CoronaVac no Hospital das Clínicas, em São Paulo.

A vacinação começou com foco em grupos prioritários da chamada fase 1: trabalhadores de saúde, pessoas institucionalizadas (que residem em asilos) com 60 anos de idade ou mais, pessoas institucionalizadas com deficiência e população indígena aldeada.

Recorde de mortes por Covid-19

No mesmo de março, o Brasil chegou à triste marca de 3.650 mortes por Covid-19 registradas em 24 horas. Assim o país ultrapassou os EUA no ranking global de mortes diárias pela doença. O Sistema de Saúde no Brasil entrou em colapso e o fato foi notícia nos principais jornais do planeta.

No total mais de 620 mil pessoas perderam a vida para a Covid-19, enquanto 329 mi de doses foram aplicadas e 143 mi de pessoas totalmente vacinadas, representando 67, 2% da população brasileira

Variantes do coronavírus

 Em setembro foi divulgada a informação de que a variante Delta do coronavírus havia chegado a todos os 26 estados brasileiros e ao Distrito Federal. A B.1.1.529 mais conhecida agora como Ômicron foi reportada à Organização Mundial de Saúde pela África do Sul no dia 24 de novembro. A primeira confirmação registrada no mundo foi de uma amostra coletada no país no dia 9 de novembro.  Os dois primeiros casos no Brasil foram confirmados no dia 30 de novembro, quando a variante Ômicron foi detectada em um homem de 41 anos e em uma mulher de 37, vindos da África do Sul.

Volta às aulas durante a Pandemia

Após 1 ano e meio de pandemia, todas as escolas da rede estadual de São Paulo voltaram  a receber 100% dos alunos todos os dias da semana e sem protocolo de distanciamento. No dia 14 de outubro os estudantes foram obrigados a comparecer presencialmente – com exceções para alguns grupos de risco. Outros estados, como Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo adotaram o mesmo regime. E em todas as Unidades Escolares Públicas do Estado de Goiás, o retorno integral das aulas presenciais, ocorreram no dia 18 de outubro de 2021.

Novo ensino médio

Anunciado em outubro, o novo ensino médio, previsto numa lei aprovada em 2017, começa a ser implementado em 2022 em todo o país, nas escolas públicas e privadas. A principal mudança é que os alunos vão ter que cumprir os chamados itinerários formativos. Nesse formato, o próprio aluno escolherá o itinerário que considerar mais vantajoso para o seu projeto de vida. Além disso, os estudantes de ensino médio terão que dedicar mais horas ao ensino escolar: as 4 horas atuais passam para no mínimo 5, e isso já começa a valer em 2022.

Mudanças no SISU, PROUNI e FIES

A saber, ocorreram algumas mudanças nos programas de acesso ao ensino superior em 2021: Recentemente, foi promulgada uma medida provisória que estabelece que candidatos oriundos de escolas particulares sem bolsa integral podem concorrer ao PROUNI. Ganha força no Congresso Nacional e no Ministério da Educação uma proposta que visa anistiar as dívidas de estudantes do FIES. O SISU retornou à regra antiga do cálculo da nota de corte e agora impede a possibilidade de uma dupla classificação.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo