Aparecida

Com surto de dengue, aparecidenses enfrentam superlotação nas unidades da saúde municipal

Problema decorre da falta de investimentos da prefeitura de Aparecida para a área

Foto: Reprodução/Redes Sociais


Eduardo Marques

Enquanto o prefeito Gustavo Mendanha (sem partido) passeia de helicóptero para buscar apoio político ao seu projeto de concorrer às eleições deste ano ao cargo de governador de Goiás, a população de Aparecida de Goiânia enfrenta superlotação nas unidades municipais de saúde. Isso ocorre em função do aumento de casos de gripe e dengue, além de outras doenças infecciosas e da Covid-19, que tem 118.174 casos confirmados.

Após reportagens do Diário de Aparecida em edições passadas relatando esse mártir que os aparecidenses sofrem, a prefeitura até chegou a disponibilizar 40 Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) que passaram a atender pacientes com síndromes gripais e suspeita de dengue, além do serviço de telemedicina. Porém, essa iniciativa não atendeu aos anseios da população e ainda o problema se agravou.

Em um vídeo que circula nas redes sociais, uma mãe, que não se identificou nas imagens, reclama do atendimento prestado pelos funcionários da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Brasicon. “Meu filho está com suspeita de apendicite e colocaram ele numa triagem,que está lotada. O povo aqui é muito mal-educado. O atendimento aqui é péssimo. A unidade aqui está lotada. A moça aqui me maltratou. Meu filho está doente. Ele está precisando urgentemente de um atendimento. Isso aqui é você Gustavo Mendanha que quer ser governador de Goiás? Rapaz, você não tem vergonha na cara de deixar o povo morrendo em Aparecida?”, relata a moradora indignada.

Por não suportarem tamanho descaso da gestão municipal, muitos pacientes desistem e vão para casa sem receber assistência médica. Além do relato daquela genitora, a reportagem também recebeu mais denúncias de moradores que não suportam mais serem maltratados pela gestão municipal. Engana-se quem considera que essa adversidade é sofrida apenas pela população mais carente. O segmento econômico do município também se sente incomodado com tal situação.

O presidente da Associação Comercial, Industrial e Empresarial da Região Leste de Aparecida de Goiânia (Acirlag), Maione Padeiro, reivindica melhorias na saúde pública municipal. “Devido ao aumento de casos de gripe e dengue no município, as unidades de saúde estão lotadas. E isso tem trazido muito prejuízo para o setor produtivo, porque os funcionários estão se contaminando muito. E não vemos uma atitude do poder público para amenizar tal situação.

Nós pedimos total apoio dos comerciantes e empresários que ajudem a combater a dengue”, alertou ao DA. A motorista de aplicativo Adriana Braga, de 35 anos, contou que não conseguiu atendimento na UPA Brasicon na quarta-feira, 23, e teve de retornar no dia seguinte devido a superlotação da unidade de saúde. “Eu estava aí nesse inferno. Cheguei às 19:30 da noite, e eles ainda estavam chamando quem tinha chegado no período da manhã. Fui embora para casa e voltei no outro dia, eram 11 da manhã e fui atendida quase 18 horas da noite. Está uma verdadeira vergonha a saúde de Aparecida. E isso é Aparecida toda. Triste realidade”.

A auxiliar de almoxarifado Gabriela Tomaz, de 18 anos, também cobra da Prefeitura de Aparecida uma solução para o problema enfrentado pela população. “Esse Cais (Centro de Atenção Integrada à Saúde) Nova Era você tem que ficar no mínimo 5 horas para ser atendido, sem contar na proliferação de doenças contagiosas. Se você não está infectado pode pegar. Tem que arrumar outra forma de atendimento com agilidade”, desabafa.

A Mary Santos reclama que não consegue atendimento por nenhuma modalidade. “A UBS do Pontal Sul aqui nem por telefone e nem presencial não se tem atendimento. É uma verdadeira vergonha para a gente que depende dessa saúde pública”. A dona de casa Raíssa Alves, de 25 anos, reclama que paga pelo serviço, mas é maltratada nas unidades municipais de saúde. “Vergonha a saúde aqui de Aparecida. Chega e o povo tira onda com a cara da gente, eles não estão nem aí para as pessoas. Como se estivesse ali de favor, sendo que isso nós pagamos muito. Descaso e omissão”, reclama a moradora. Cadê o cara que quer ser governador para ir até aí ver a situação de perto? Esquecemos que ele só aparece em live”.

Prefeitura calada

A reportagem do DA entrou em contato com a Secretaria de Comunicação (Secom) da Prefeitura de Aparecida de Goiânia para saber quais providências serão tomadas para minimizar os problemas enfrentados pela população nas unidades de saúde públicas municipais de urgência e emergência, mas até o fechamento desta edição, às 17 horas, a pasta não havia respondido aos questionamentos. Em consonância com a ética e as leis vigentes neste País, o jornal esclarece que o espaço segue aberto para novas manifestações.

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