A cinco meses da eleição, somente Caiado conseguiu definir um candidato a vice
Major Vitor Hugo, Gustavo Mendanha e José Eliton patinam na consolidação de suas chapas, e até o momento sobra especulação sobre quem caminhará ao lado nas campanhas previstas
Da Redação
Com exceção do governador Ronaldo Caiado, que vai disputar a reeleição levando a tiracolo, na vaga de vice, o presidente estadual do MDB Daniel Vilela, nenhum outro dos candidatos ao Palácio das Esmeraldas cogitados até agora conseguiu definir o seu companheiro de chapa.
Quer dizer: a base governista tem o seu vice, antecipado desde meados do semestre do ano passado, quando Caiado surpreendeu ao anunciar o convite ao filho de herdeiro de Maguito Vilela.
A jogada do governador foi certeira, ao acrescentar um partido de enorme importância ao seu projeto eleitoral – o MDB – e esvaziar a oposição, que praticamente perdeu o rumo sem a presença de uma legenda que disputou todas as eleições majoritárias em Goiás nos últimos 40 anos.
Os demais nomes que se movimentam para o governo do Estado seguem na estaca zero, a 5 meses da eleição. O deputado federal Major Vitor Hugo, por exemplo, chegou a desenhar perfis, mas não saiu do lugar.
Em entrevistas recente, Vitor Hugo declarou que uma aliança com outra sigla seria “bem-vinda” e elencou as características ideais para o pré-candidato a vice-governador na sua chapa: “Alguém do Entorno de Brasília ou do Sudoeste goiano, ligado ao agro, evangélico e preferencialmente uma mulher“.
Não há nenhum nome encaminhado, por ora, dentro dessas características. Talvez a vereadora de Rio Verde Nayara Barcelos, protegida pelo senador Vanderlan Cardoso e filiada ao PRTB, um partido nanico sem expressão nenhuma em Goiás.
Major Vitor Hugo mantém diálogo aberto com pelo menos cinco partidos para articular uma aliança de olho nas eleições deste ano em Goiás, embora não diga quais são essas agremiações e desperte desconfiança sobre a veracidade dessa informação. Entre eles estariam Republicanos, PP e PTB, que ninguém duvida que estarão apoiando Caiado quando outubro chegar.
Segundo o deputado federal, o diálogo permanecerá aberto com qualquer legenda que seja de direita ou centro-direita em Goiás. “Se vai ser chapa pura ou não, não nos preocupa neste momento. É claro, se a vice puder ser escolhida em outro partido e também as suplências do Senado, isso vai ser bem-vindo. Mas tenho certeza de que isso não é um fato determinante para a escolha do eleitor”, acredita. Vitor Hugo já tem a vaga senatorial preenchida pelo empresário e ex-senador Wilder Morais.
Outro candidato sem vice – e longe de encontrar um – é o ex- prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha. Como, até o momento, só conseguiu o apoio de quatro partidos nanicos – Patriota, DC, PTC e PMN, que não têm tempo na propaganda gratuita do rádio e televisão – ele sonha arranjar alguém indicado por uma legenda que traga esse precioso trunfo, ou seja, pelo menos um minuto no horário garantido pelo TRE.
Complicado, contudo. Siglas que dão direito à propaganda gratuita já estão comprometidas em Goiás, a maioria com o governador Ronaldo Caiado. O PL, dono de uma fatia razoável, vai de Major Vitor Hugo. E as esquerdas, com partidos como o PT e o PSB habilitados para a propaganda no rádio e televisão, não querem saber de Mendanha depois que ele declarou voto no presidente Jair Bolsonaro.
Ficou difícil para Mendanha. Ele, tal qual Vitor Hugo, chegou a sonhar com uma mulher para a vaga de vice e chegou a dizer publicamente que a filha de Iris Rezende, Ana Paula, seria perfeita para o lugar. Educadamente, a moça dispensou a “honraria”.
Sem vice, sobram ainda partidecos como Psol, Novo e PCB, que já têm candidatos a governador, mas só com os titulares. E, finalmente, o PT e o PSB, que caminham para uma aliança, com o lançamento do ex-vice e ex-governador José Eliton – outro que não tem nenhuma definição de nome para a sua vice.