Política

Em 5 anos e 3 meses, Mendanha não Implantou um único programa social

Nas suas campanhas, ex-prefeito prometeu abrir um Banco de Alimentos e desenvolver ações para realocar desempregados, mas nada saiu do papel

Foto: Reprodução Instagram


Da Redação

Em 5 anos e 3 meses ou quase 2 mil dias como prefeito, Gustavo Mendanha não implantou nem um único programa social em caráter permanente para socorrer os pobres de Aparecida. E eles não são poucos.

Segundo o CadÚnico, banco de dados do governo federal que relaciona as pessoas em situação de carência material nos municípios, 51.500 dentre os mais de 600 mil moradores de Aparecida enfrentam vulnerabilidades graves, dentre as quais a falta de comida na mesa é a principal.

Nas promessas que alinhou nos seus planos de governos registrados na Justiça Eleitoral para a 1ª e a 2ª campanhas, Mendanha quase não fez menção a programas sociais, preferindo assumir compromissos na área de infraestrutura urbana. Mesmo assim, anotou que implantaria um Banco de Alimentos e um programa de realocação de mão de obra para absorver trabalhadores demitidos.

Assim como não asfaltou todos os bairros e não concluiu os eixos estruturantes do sentido Leste-Oeste, Mendanha não moveu uma palha para transformar o Banco de Alimentos e o apoio aos desempregados em realidade. As promessas ficaram no papel.

No mesmo período, o então prefeito gastou milhões com shows artísticos. Só com fogos de artifício, foram R$ 500 mil, conforme dados do Portal de Transparência. Se houver, no Congresso Nacional, uma CPI dos Cantores Sertanejos, Aparecida tem tudo para ser destaque.

Há poucas semanas, por ocasião das comemorações do centenário de fundação do município, um valor expressivo foi gasto com cantores como Wesley Safadão, Leonardo, César Menotti, Xand Avião, Saia Rodada e Zé Vaqueiro.

Até atrações do mundo gospel, que atendem às expectativas dos evangélicos (religião de Mendanha e da sua esposa Mayara), foram incluídas no cardápio das festividades, como Isadora Pompeo, desconhecida do grande público (ela recebeu R$ 245 mil dos cofres da prefeitura de Aparecida para cantar no Centenário).

Questionada, a Secretaria Municipal de Comunicação recusou-se a fornecer esclarecimentos sobre os valores despendidos com esses artistas. Todos, sem exceção, foram contratados mediante processos com dispensa ou inexigibilidade de licitação, prato cheio para as investigações de uma CPI, se houver. É provável que poucos municípios gastaram com shows, nos últimos anos, como Aparecida.

Mendanha nomeou para a Secretaria de Assistência Social, cumprindo uma tradição em Aparecida, a sua esposa Mayara Mendanha – que, no cargo, notabilizou-se por se transformar em uma peça decorativa, sendo, em determinados momentos, a única mulher em um secretariado recorde no Brasil de 27 pastas, todas ocupadas por homens.

Com a renúncia ao mandato, Mayara foi mantida na Assistência Social pelo vice Vilmar Mariano, que assumiu no lugar do titular, já há mais de 60 dias, mas até hoje não conseguiu emplacar a sua própria esposa, Sulnara Santana no cargo de secretária, que em condições normais caberia a ela.

Mayara segue no posto mantendo o mesmo estilo: atende às instituições da prefeitura que abrigam idosos, deficientes ou menores, mas só. Não há, na Secretaria de Assistência Social, nenhum programa contínuo para ajudar os pobres.

No máximo, quem mora na periferia e passa fome é atendido, de vez em quando, pela distribuição aleatória de cestas básicas doadas por empresários. Não há regularidade nas entregas. Neste ano, só uma vez.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo