Cidades

Fios baixos ameaçam a segurança de moradores da Avenida Marechal Rondon no Jardim Buriti Sereno

ENEL esteve no local há uma semana, fez uma avaliação e não retornou

Moradora acredita que precisa de “boa vontade”. Jovem motociclista precisa driblar os fios para entrar e sair da garagem de casa.

 

Por: Luciana Brites

Há dias os moradores da Avenida Marechal Rondon, no Jardim Buriti Sereno, convivem com fios, que eles imaginam ser da rede elétrica, na altura da cintura. Em alguns casos, está difícil até entrar em casa. O problema foi mostrado na manhã da última segunda-feira, 22, em uma matéria da TV Brasil Central, no programa O Mundo em Sua Casa. Os entrevistados não foram identificados mas contaram, em detalhes, as dificuldades que têm enfrentado.

Uma senhora disse que a Enel foi chamada e esteve no local há semana. “Olharam tudo, subiram, avaliaram, disseram que iam tomar umas providências e não voltaram mais”, resume.

Um jovem contou à emissora de TV que os fios, do jeito que estão, atrapalham quem precisa andar pela rua e, no caso dele, na hora de entrar e sair de casa. “Eu ando de moto e fico com medo, o tempo todo, de encostar em um fio desse. Se estiver eletrificado? É morte certa”, diz.

As imagens do cinegrafista Cleomar Fernandes mostram que, de fato, os fios estão muito baixos e atrapalhando os moradores a andar pelas ruas e mesmo entrar em suas casas.

Na opinião da senhora, “o problema é fácil de resolver”, diferente dos demais, existentes no bairro. Ela aproveita a presença da equipe de reportagem e reclama da falta de asfalto.

Espera já dura 24 anos

A senhora é moradora da Avenida Marechal Rondon há quase 30 anos e diz que, desde que se mudou para o local, escuta promessas de que o asfalto está prestes a chegar. “Mas nada acontece. Entra ano, sai ano, é sempre a mesma coisa. Um tempo de lama, outro de poeira…”

O rapaz também não perde a oportunidade de enumerar as precariedades do bairro. “A Avenida Marechal Rondon é uma avenida enorme, importante pra cá e continua sem asfalto. Também não tem coleta de lixo direito e a iluminação, vira e mexe, dá problema”, queixa.

Respostas

Ao Diário de Aparecida a  Enel confirmou que esteve no local e constatou que os fios são de telefonia e internet e não de energia elétrica; sugere ainda que os moradores da Avenida Marechal Rondon entrem em contato com as empresas responsáveis. Essa informação foi compartilhada com a equipe de produção da TV Brasil Central para, caso queira, repassar aos moradores.

Em nota, a Secretaria de Infraestrutura de Aparecida informa ao Diário de Aparecida que o Buriti Sereno, o maior bairro da cidade, está recebendo obras de pavimentação por etapas e que a Avenida Marechal Rondon, de acordo com o cronograma da prefeitura, deve ser asfaltada em 2023.

 

CANAIS PARA SOLICITAÇÃO DE TROCA DE LÂMPADAS E COLETA DE LIXO E DENÚNCIAS DE FOCOS DA DENGUE

 

A Secretaria de Desenvolvimento Urbano (SDU), também em nota, informa que tem dois telefones para solicitação de troca de lâmpadas: 3545-4872 e 3545-4859. O atendimento é feito de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h30.

Quanto à coleta de lixo, os telefones para registrar queixas ou solicitar serviços são 3545-5902 ou pelo whatsapp 98459-1661. Para denunciar focos do mosquito Aedes Aegypti, o contato deve ser feito com a Coordenação de Saúde Ambiental, pelo 3545-4819.

 

A cada dois acidentes com energia elétrica no Brasil, um acaba em morte, diz levantamento

 

Os moradores da Avenida Marechal Rondon estão certíssimos em ficar preocupados com fios, que deveriam estar no alto dos postes, estarem  ao alcance do corpo. A possibilidade de um acidente com a rede de energia elétrica é assustadora, visto que esses acidentes, quase sempre são fatais. De cada dois, um termina em morte.

Segundo o Anuário Abracopel 2022, divulgado recentemente pela Associação Brasileira para a Conscientização dos Perigos da Eletricidade, houve 1.585 acidentes de origem elétrica no Brasil em 2021, que resultaram em 761 mortes. Em 2020, foram 1.502 ocorrências e 764 óbitos.

Ainda conforme o documento, grande parte deles ocorre dentro de casa. Apenas no ano passado, a associação registrou 215 acidentes que causaram 190 mortes em residências em todo o país.

Nesses locais, os principais causadores no ano passado foram fio partido ou sem isolamento (45 casos e 37 mortes), eletrodoméstico ou eletroeletrônico (35 casos e 31 mortes), extensão, benjamins e tomadas (28 casos e 28 mortes), cercas energizadas (24 casos e 23 mortes), carregador de celular (20 casos e 16 mortes), entre outras situações.

Para evitar acidentes, especialistas em saúde e segurança recomendam inspeções periódicas nas instalações elétricas, seguir todas as recomendações dos fabricantes e evitar uso de extensões e benjamins para evitar sobrecarga.

Ts e fio desencapado

Os acidentes de maior número dentro dos ambientes residenciais, segundo o anuário, classificados como “fio partido ou sem isolamento”, tratam de situações de toque acidental em cabos que estavam sem isolamento, como tomadas e instalações provisórias.

Os números são seguidos por eletrodomésticos, principalmente as máquinas de lavar roupa. Acidentes com extensão e benjamins (ou “Ts”) são igualmente altos e completam os três principais motivos de acidentes dentro de casa.

Cabos nas ruas

Um cabo da rede elétrica partido ou caído na rua pode estar energizado e provocar acidentes graves, por isso, a ordem é nunca tocar nele. O procedimento correto é isolar o local, proibindo a aproximação de pessoas e animais, sair de perto e acionar o Corpo de Bombeiros ou a distribuidora de energia.

A maior parte das redes elétricas nas vias está energizada com uma tensão superior a 13 mil volts. Apenas 15 centímetros de distância são suficientes para transmitir uma descarga elétrica fortíssima, que pode provocar queimaduras graves, mutilações e até mortes.

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