Da rebeldia transviada a item do empoderamento feminino, o jeans faz aniversário escrevendo história
Neste sábado, 20 de maio, é celebrado internacionalmente o Dia do Jeans
Hoje comemoramos o Dia do jeans. A trajetória deste tecido remonta ao século XIX, quando seu uso era restrito ao vestuário de trabalho de mineiros, agricultores e cowboys nos Estados Unidos. Embora frequentemente atribuído a Levi Strauss como o criador do jeans moderno, o tecido de algodão já existia na cidade de Nimes, na França, onde os tecelões produziam um tecido semelhante ao jeans, conhecido como “serge de Nimes”. Com o tempo, o nome foi abreviado para “denim”.
Durante os anos 50, o jeans ganhou uma nova conotação: a de rebeldia e juventude, especialmente nos Estados Unidos. O filme “Juventude Transviada” (1955), protagonizado por James Dean, foi responsável por popularizar o jeans como uma peça de roupa para jovens rebeldes. Desde então, o jeans se tornou um ícone cultural e um item indispensável no guarda-roupa de muitos indivíduos.
Érica Lima, jornalista com especialização em moda, explica que jeans transcendeu seu papel como simples item de vestuário e se tornou um símbolo de luta feminista. Ela relata que, nas décadas de 1960 e 1970, as mulheres desafiaram as normas de gênero ao adotarem o uso de calças jeans, em oposição à imposição de saias e vestidos.
Naquela época, o movimento de libertação das mulheres incentivou a adoção de um visual mais andrógino, rejeitando a ideia de que a feminilidade é necessária para se sentir atraente ou respeitável. Além disso, o jeans tornou-se um símbolo de resistência para as mulheres que lutavam por igualdade salarial e oportunidades no ambiente de trabalho. A especialista recorda que, até os anos 1990, muitos escritórios e locais de trabalho proibiam o uso de calças por mulheres, o que gerou uma grande luta para mudar essa norma.
Recentemente, o jeans também tem sido utilizado em campanhas feministas, como a #MeToo, para simbolizar a força e a resistência das mulheres. Marcas de moda têm lançado campanhas publicitárias que promovem o jeans como uma roupa para mulheres fortes e independentes, reforçando a importância do jeans como um símbolo de empoderamento feminino.
Érica explica que ter um par de calças jeans no guarda-roupa é uma escolha inteligente e versátil por inúmeras razões. Segundo ela, além de ser uma peça prática e confortável, o jeans tem o poder de transformar qualquer look, seja para um visual casual ou sofisticado. “Mais do que isso, o jeans é um símbolo da luta feminista, representando a força e a independência da mulher. Ao usar essa peça, é possível se sentir empoderada e reafirmar a sua identidade como uma pessoa forte e corajosa”, explica.
A estilista goiana Polly Fernandes é especialista em jeans. Ela afirma que o tecido e suas peças são democráticas e possuem uma cartela de artigos muito ampla, tendo opções de tecidos do mais leve ao mais rígido.
A profissional explica que a modelagem é o coração da produção e o item fundamental para fazer com que o jeans se torne o seu queridinho da temporada. Ela explica que na hora da produção, “é importante individualizar esse shape e entender cada possibilidade de composição”. Segundo ela, é essa diversidade de opções que garante ao Jeans ser peça chave em todos os guarda roupa.
Polly Fernandes explica que o jeans confeccionado em Goiás tem destaque nacional, graças aos elevados critérios de qualidade adotados pelas indústrias goianas.
Ela explica que nacionalmente existe escassez de mão de obra qualificada, o que prejudica a produção. Porém, a estilista detalha que Goiás se destaca por ter uma costura de primeira linha e um acabamento mais refinado. “Nosso jeans brilha! Temos beneficiamentos sofisticados, tecnologia aplicada e grandes profissionais que prezam o conforto e a qualidade“, justifica.