Goiânia, a capital da cultura? Sim, é o que responderia à museóloga Bárbara Freire, diretora da CALÍOPE Projetos e Ações Patrimoniais e idealizadora do aplicativo “Fala Sério, aqui tem museu!”, uma iniciativa cujo objetivo é, justamente, facilitar o acesso e estimular a aproximação da população goiana com as instituições culturais tanto da capital como de Aparecida de Goiânia.
Criado em 2015, atualizado em 2020 e relançado em 2023, o aplicativo Fala Sério foi pensado especialmente para públicos infanto-juvenil, famílias e escolas, como um instrumento de apoio para que todos possam conhecer e se relacionar com os patrimônios locais. “A intenção é que as pessoas não sejam apenas visitantes esporádicos das instituições culturais, e sim frequentadores e atores ativos”, afirma Bárbara.
Apesar de não serem comumente referenciadas por seus museus, Goiânia e Aparecida de Goiânia possuem mais de 105 locais abertos para visitação – todos disponíveis no Fala Sério. O aplicativo conta ainda com 24 instituições que oferecem Tour 360¬°, possibilitando uma jornada virtual pelo mundo dos museus. “Incluímos as várias tipologias de acervo e continentes no mapeamento dos museus virtuais, cibermuseus e exposições digitais para maior representatividade cultural mundial”, reitera a museóloga.
Os usuários podem acessar nove plataformas diferentes dentro do aplicativo, que incluem uma interface dos Museus em Goiás, um Google Maps dos museus, Passaporte Especial de Viajante da Cultura (mapa das instituições culturais e patrimônios culturais locais direcionado às crianças), Museus Virtuais, Exposições Digitais, Aplicativos de Museus e, ainda, o projeto “Sábado tem museu”, ação educativa aberta ao público, com sua página de inscrição.
Além disso, o aplicativo traz informações sobre bibliotecas, parques próximos aos museus e edificações do estilo Art Déco representativas da formação da capital de Goiás, proporcionando possíveis roteiros para além das quatro paredes das instituições. “A fim de tornar os centros culturais mais presentes na vida das pessoas, optamos por incluir no Fala Sério essas outras possibilidades de relação com o patrimônio cultural local. Assim, ampliamos seu repertório e damos autonomia para que os usuários criem seus próprios roteiros de visita”, explica Bárbara.
Um dos pontos mais importantes no desenvolvimento do projeto, segundo Bárbara, foi a busca de estratégias e produtos para acessibilidade e democratização tanto do acesso às informações sobre as instituições quanto do ingresso a essas instituições e patrimônios culturais ligados a elas.
Foram levadas em consideração a acessibilidade aos códigos culturais do patrimônio, como as ações educativas abertas ao público do “Sábado tem museu”, e a acessibilidade física, com a disponibilização da informação pública no aplicativo com deficiência física e de baixa mobilidade.
Outra preocupação foi a acessibilidade sensorial, com ações direcionadas para o público com deficiência visual e auditiva, como tradução para libras nos eventos do “Sábado tem museu” e o projeto “Aqui tem história: áudio guia de museus” (podcast de áudios guias sobre museus e patrimônio cultural local).
Também foi considerada a acessibilidade cognitiva e informacional, com a utilização de linguagem simples e clara, e, por fim, a acessibilidade econômica e social, com a disponibilização do aplicativo e todos os produtos e serviços ligados ao mesmo de forma gratuita, além de oferta de ações em dias e horários acessíveis para propiciar a participação nos projetos ligados ao Fala Sério.
Sobre a CALÍOPE
A CALÍOPE Projetos e Ações Patrimoniais atua em instituições e empresas de salvaguarda patrimonial e difusão cultural, com foco em museus e centros culturais. Presta serviços de Gestão Museológica, Conservação Preventiva, Documentação, Expografia e Ação Educativo-cultural. A instituição tem como missão oferecer produtos e serviços por meio de projetos e ações inovadoras nas áreas de Patrimônio Cultural e Museologia, para a gestão e preservação do patrimônio cultural de forma ética, com qualidade e respeito às pessoas.
Da Redação