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Aposta de Jânio Darrot no Patriota dará errado se Bolsonaro não se filiar

Da Redação

Ao se evadir do PSDB, da noite para o dia abandonando a presidência estadual do partido e se desfiliando, o ex-prefeito de Trindade apostou todas as suas fichas na possibilidade de que o seu novo prefixo na política, o Patriota, receba em breve a filiação do presidente Jair Bolsonaro.

Bolsonaro tem ligações estreitas com o Patriota, de fato. Antes denominado PEN – Partido Ecológico Nacional, a sigla mudou seu nome por sugestão e pedido do presidente. No momento, o capitão não está filiado a nenhuma agremiação, depois de deixar o PSL, mas, para disputar a reeleição, deverá estar regularmente inscrito em um partido, no prazo de um ano antes do pleito, ou seja, até outubro deste ano.

Sem Bolsonaro nos seus quadros, o Patriota já é e continuará sendo um partido nanico, insignificante, sem importância no cenário político nacional ou mesmo estadual. Em Goiás, é dirigido pelo marqueteiro e ex-secretário da Fazenda Jorcelino Braga, responsável por convencer Jânio Darrot a cerrar fileiras ao seu lado na legenda.

A ideia dos dois é simples: Bolsonaro se filia, o Patriota cresce e lança Jânio Darrot como candidato a governador em 2022, arrastando mais alguns partidos de oposição. Como plano B, caso não se viabilize o projeto de disputar o Palácio das Esmeraldas, o ex-prefeito de Trindade se candidata a deputado federal e se elege graças ao quociente eleitoral que viria como consequência da presença do presidente no Patriota.

A carta que sustenta o castelo, portanto, é Bolsonaro. Sem ele, o Patriota não é nem será nada. Não ofereceria a menor sustentação para qualquer candidato a governador nem lograria obter o quociente eleitoral necessário para fazer um deputado federal. Tanto em uma como na outra hipótese, Jânio Darrot estaria derrotado, o que significaria sua aposentadoria política precoce.

Política foi opção para buscar reconhecimento

Jânio Darrot é um dos 10 homens mais ricos de Goiás. Tem uma das maiores indústrias de confecções do país e opera confinamentos de mais de 20 mil bois em nove fazendas espalhadas por Goiás e Mato Grosso, algumas cinematográficas. Foi porque já havia conquistado toda realização pessoal e financeira possível que ele resolveu ingressar na política, em busca de reconhecimento público e poder.

Durante anos, no PSDB, serviu de massa de manobra para os interesses do ex-governador Marconi Perillo, de quem foi aliado e amigo íntimo até que se cansou e resolver procurar seu próprio caminho, fugindo dos desgastes acumulados pelos tucanos em anos e anos de governos marcados por seguidos escândalos de corrupção. Cansou-se de gastar o seu tempo dando explicações sobre malfeitos que nem da sua responsabilidade seriam. E deixou de acreditar na hipótese de reconstrução do partido.

Sua aposta de alto risco agora é o Patriota. Com mais chances de dar errado do que qualquer outro desfecho. 

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