Editorial do Diário de Aparecida: A crise energética brasileira
Segundo relatório da BP, a demanda de energia elétrica aumentou 2,9% a nível mundial, em 2020. Embora neste ano o uso de energias renováveis tenha aumentado de forma significativa, com destaque para solar e eólica, foi verificado um crescimento no consumo de petróleo, gás e carvão, indicando a predominância da participação de fontes de geração emissoras de gases poluentes na matriz energética mundial.
No Brasil, a situação é um pouco diferente, a maioria do abastecimento energético do país é proveniente das hidrelétricas, mas neste período atual que estamos vivenciando, considerado de seca extrema, sobretudo no Sudeste e no Centro-Oeste (onde estão as maiores matrizes geradoras de energia), é necessário a ativação das termelétricas e, consequentemente, temos um reajuste considerável nas contas de luz.
A existência de um círculo vicioso caracterizado por alta emissão de gases poluentes, mudanças climáticas e aumento da demanda por energia é um desafio ao panorama energético, sobretudo no caso do Brasil. É flagrante a necessidade de que o país intensifique esforços no sentido da construção de matrizes energéticas mais limpas em benefício da humanidade e que não dependa unicamente de fatores climáticos.
Tais medidas são necessárias e urgentes, senão, em anos posteriores enfrentaremos problemas semelhantes aos que estamos vivenciando em 2021, sobretudo, o amargo aumento das tarifas de fornecimento de energia nas contas de todos os cantos do Brasil. É preciso diversificar as matrizes de abastecimento nacional e este, é um investimento de longo prazo, que precisa superar diferenças ideológicas e políticas pelo futuro sustentável e bem da sociedade.