Espaços verdes transformam a relação do ser humano com os bairros, diz paisagista
Pesquisa realizada pela Universidade de Exeter, na Inglaterra, e publicada na Scientific Reports, aponta que as pessoas que passam pelo menos 120 minutos por semana na natureza, ininterruptamente ou não, são significativamente mais propensas a terem uma boa saúde e maior bem-estar psicológico do que as demais. O estudo usou dados de aproximadamente 20 mil pessoas no Reino Unido – mas os resultados podem ser aplicados para qualquer região do Planeta.
A arquiteta e paisagista Yara Hasegawa, responsável por grandes projetos de paisagismo e revitalização de espaços urbanos como os parques goianos Flamboyant, Cascavel, Macambira-Anicuns, Bosque dos Buritis e Praça do Sol, considera que vivências e lembranças criadas nos bairros, parques e praças são fundamentais para o desenvolvimento do ser humano e transformam a relação das pessoas com os bairros e cidades.
“Os espaços públicos mais agradáveis, normalmente, estão em lugares abertos e verdes para convivência, que servem não só apenas como conforto físico, mas também emocional. Essa sensação se dá pelo fato de serem ao ar livre. Com a pandemia, nós percebemos a força desses espaços. As pessoas ficaram com a circulação restrita e procuraram por esse tipo de ambiente para um respiro, um refresco, para a criação de novas memórias; por isso a importância de termos nas cidades e nos bairros espaços preparados com boa infraestrutura para lazer, descanso e contemplação”, afirma ela.
Os benefícios, segundo Yara Hasegawa, são inúmeros. “Várias pesquisas comprovam ainda que a ligação das pessoas com a natureza, com a vegetação, agrega outros fatores positivos como a diminuição de doenças como depressão, asma, doenças cardíacas. E ainda temos as questões ambientais, como a melhoria da qualidade do ar, do solo, diversidade de animais e flora”, ressalta.
Morando em um parque
O benefício das árvores e da natureza vem transformando-a em uma protagonista cada vez mais importante nos projetos de moradia, tanto nos verticais quanto nos horizontais. Um exemplo que está em desenvolvimento do condomínio Plateau D’or em Goiânia, que tem como um dos principais alicerces, a quantidade de espaços verdes e de convivência do local.
Com Áreas de Preservação Permanente e áreas com espécies frutíferas e plantas de ornamentação, a massa verde será de, aproximadamente, 230m² por habitante, bem maior do que a média atual da capital, de 94m² por habitante – que já posiciona Goiânia como a cidade com 2º maior índice de área verde por habitante do mundo, conforme o levantamento da Agência Municipal do Meio Ambiente (AMMA), ficando atrás somente da cidade de Edmonton, no Canadá.
Segundo Yara, que atua no desenvolvimento do projeto paisagístico em implantação no momento, a ideia e conceito do residencial é o modelo de cidade ideal e trará para os futuros moradores a sensação de que “estarão vivendo dentro de um grande parque e com equipamentos diversificados, como playgrounds, quadras, pet places, ciclovias, muito próximo de suas casas, com vegetação muito rica em termos de diversidade de espécies”.
De acordo com a profissional, durante todas as estações do ano, os moradores do condomínio terão visões de coloridos diferentes, cada rua com cores, cheiros e texturas relativas de cada época. Com isso, espera-se despertar o bem-estar e demais benefícios de se conviver com o verde. “O grande diferencial do condomínio é permitir que moradores tenham a sensação de estarem mesmo em meio à natureza. Inclusive, haverá várias ruas de pedestres arborizadas para se estimular a caminhabilidade ”.
O diferencial paisagístico não será apenas para uso dos moradores e sim de toda a comunidade circunvizinha, pois o paisagismo também está sendo projetado no hub de serviços na parte externa residencial. O local terá 185 mil metros quadrados e opções de negócios, cultura, lazer, saúde e educação. Duas escolas de nível fundamental e médio já estão confirmadas, além de um Helicenter. Tudo isso, aliado a uma infraestrutura e design urbano apropriado para estimular a mobilidade a pé e a apropriação dos espaços pelas pessoas.