Os vereadores de Aparecida de Goiânia devem votar, esta semana, projeto de resolução proposto pela mesa diretora que amplia os vencimentos para R$ 26 mil mensais os salários dos 25 parlamentares que tomarão posse em 1º de janeiro. Atualmente, os vereadores têm salários de R$ 18 mil.
O assunto, sempre polêmico, está sendo tratado pelos vereadores reeleitos e não reeleitos com certa discrição. Semana passada, parlamentares de vários partidos defenderam o reajuste, o que permite antever aprovação unânime com 25 votos, afirma o presidente da Casa, André Fortaleza (PL).
A resistência de um grupo de vereadores ocorre entre aqueles que não foram reeleitos em 6 de outubro último. A renovação de mandatos, pelo voto popular, foi alta em 2024 – 72% dos vereadores eleitos são novatos. O grupo conta com 18 parlamentares do total de 25, sendo que 14 não se reelegeram. Outros quatro sequer disputaram a reeleição.
O presidente André Fortaleza disse que a proposta de reajuste de vencimentos dos vereadores precisa ser votada no ano anterior ao exercício do mandato, de acordo com a lei orgânica do Município. “O assunto começou a ser tratado pelos vereadores, mas não há nada decidido. A decisão será tomada pela maioria, em plenário”, ressaltou Fortaleza, em entrevista ao jornal O Popular.
O dirigente ressaltou que não percebeu resistência entre os 25 vereadores atuais em relação a esse reajuste, “a não ser entre os que não foram reeleitos”. Ele acrescenta que, entre os vereadores reeleitos, não há resistência à medida.
Logo após as eleições de 6 de outubro, o vereador Gleison Flávio (PL), reeleito, declarou à Coluna Goiás Online, do Diário de Aparecida, ser contrário ao reajuste dos vencimentos dos parlamentares. “Não tem cabimento esse aumento. Os vereadores já têm um salário compatível com a necessidade para o desempenho da função”.
Desgaste político
A indefinição, segundo o presidente André Fortaleza, também se mantém em relação ao valor do novo salário, que hoje é de R$ 18 mil. Os vereadores podem chegar ao limite de 75% do subsídio recebido pelos deputados estaduais, que passará a ser de R$ 34,7 mil, a partir de janeiro de 2025. Assim, os vereadores aparecidenses podem propor vencimento para eles próprios de R$ 26 mil, o que corresponde a 45% de aumento.
André Fortaleza disse que, nesta terça-feira (12), Mesa Diretora da Câmara Municipal vai colocar o assunto em discussão, principalmente sobre se o reajuste será o limite de 75% ou valor menor. “Estamos conversando com os vereadores para definir o valor final. O que a maioria decidir será acatado”.
O presidente do Legislativo aparecidense reconhece que, diante da resistência dos vereadores não reeleitos, o assunto poderá trazer desgastes políticos. “Esse é um assunto que gera desgaste político, não há dúvida. Eu não tenho medo de desgaste. O que precisa ser observado é o desempenho do vereador, o trabalho que ele faz em favor da comunidade, isso é que conta”.
A Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia sofreu renovação de 72% para as 25 cadeiras nas eleições de 6 de outubro desse ano e apenas sete vereadores foram reeleitos: André Fortaleza (PL), Camila Rosa (UB), Edinho Carvalho (MDB), Gilsão Meu Povo (MDB), Gleison Flávio (PL), Isaac Martins (UB) e Roberto Chaveiro (PP).
Paralelamente à discussão sobre aumento de salários, os vereadores reeleitos e eleitos se debruçam também em relação à eleição da nova mesa diretora, a ser empossada em 1º de janeiro. Três nomes estão colocados: Gilsão Meu Povo (MDB) e Tatá Teixeira (UB) pelo bloco de apoio do prefeito Leandro Vilela (MDB), e André Fortaleza (PL), pela oposição.
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