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Vilela vence também no 2º turno, apontam todas as pesquisas publicadas

Institutos que mais se aproximaram do resultado do 1º turno já divulgaram levantamentos prevendo que o candidato do MDB-União Brasil será o próximo prefeito do município

As pesquisas de credibilidade publicadas na reta final do 1º turno, às vésperas do domingo, 6 de outubro, não só apontaram para a virada do candidato da coligação MDB-União Brasil, Leandro Vilela, sobre seu adversário e representante do PL, Professor Alcides, como também, em simulações para o 2º turno, cravaram Vilela como o grande vencedor e próximo prefeito de Aparecida.

O principal levantamento sobre as expectativas para o 2º turno foi divulgado pela Atlas/Intel, instituto que mais se aproximou do resultado do 1º turno, com uma margem de menos de 3% de erro. Segundo a Atlas/Intel, Vilela entra no 2º turno com previsão de 51% das intenções de voto, contra 38% de Alcides. Outros institutos, como o Igape, também cravaram números próximos.

Na prática, só houve divergência quanto aos números dos institutos Cerrado e Goiás Pesquisas – que erraram feio nas suas últimas pesquisas, às vésperas das urnas do 1º turno, quando previram vitória de Alcides, com mais de 50% das intenções de voto.

Alcides deve ter acreditado nesses dois institutos, já que mandou organizar uma festa de comemoração para a noite de domingo (6), nas dependências da Unifan. O relatório final do TRE-GO sobre as eleições em Aparecida, no entanto, consagrou Vilela, exatamente como antecipado pelo Atlas Intel, Paraná Pesquisas, Igape e, de certa forma, pelo DataUFG, cujo último levantamento indicou empate técnico.

Para o Cerrado e o Goiás Pesquisas, a falta de sintonia das suas pesquisas com a realidade nascida das urnas de domingo configurou-se como desmoralizante, até mesmo por sugerir que os resultados foram manipulados – já que apregoados pela campanha de Alcides com alarde.

No entanto, todas as pesquisas que, mesmo com índices diferentes, apuraram uma queda do Professor Alcides e uma ascensão de Leandro Vilela é que estavam corretas, no sentido de definir a tendência que acabou confirmada pelo eleitorado nas urnas eletrônicas – ao contrário dos institutos Cerrado e Goiás Pesquisas.

Tudo isso leva a um cenário desalentador para a campanha do Professor Alcides, que tenta, à última hora, uma mudança aparentemente difícil no comportamento do candidato com o objetivo de diminuir a sua rejeição e os desgastes incorporados a partir de decisões equivocadas, como a recusa a dar entrevistas à imprensa e a participar de debates.

Rejeição, em especial entre mulheres, vira voto contra Alcides

O 1º lugar em rejeição e, especialmente, a enorme resistência oferecida pelas mulheres de Aparecida representam uma muralha intransponível para o Professor Alcides na campanha do 2º turno. Todos os cientistas e analistas políticos de peso, pelo Brasil afora, convergem para uma conclusão unânime: a rejeição tem a maior importância em uma eleição porque, no 2º turno, acaba se transformando em voto contra.

Alcides nunca se preocupou em diminuir os seus desgastes entre as mulheres ou em reduzir a sua rejeição geral. Na maioria das pesquisas, ele sempre apareceu como o nome mais citado quando a pergunta dirigida aos entrevistados era “Em quem o(a) sr(a) não votaria de jeito nenhum?”.

Entre as mulheres, os números foram e são maiores ainda. Por exemplo, na pesquisa que mais se aproximou dos resultados oficiais do 1º turno, a da Atlas/Intel, Vilela ultrapassa 60% nas preferências do voto feminino, enquanto Alcides não vai além de 28%.

Para piorar o que já está ruim para Alcides, nas simulações de 2º turno da Atlas/Intel, Vilela sobe para 67% no voto feminino, ao passo que Alcides cai para 27% (sempre em números arredondados).

No 1º turno, Alcides quedou-se inerte diante desses sinais que deveriam ter acendido a luz amarela dentro do seu QG de campanha. Enquanto os adversários exploravam os pontos polêmicos do passado do Professor em incidentes com mulheres que ele agrediu, nenhuma resposta foi dada – em razão, principalmente, da estratégia suicida de não dar entrevistas à imprensa, não responder a sabatinas ou participar de debates.

Esse potencial negativo, agora, tende a crescer ainda mais até a data final da votação, no domingo, 27 de outubro.

Machista inveterado, Bolsonaro espanta o apoio feminino

A presença física do ex-presidente Jair Bolsonaro em Aparecida é a grande aposta da campanha do candidato do PL Professor Alcides para reverter a situação desfavorável em que emergiu das urnas do 1º turno, derrotado por uma virada histórica do candidato da coligação MDB-União Brasil, Leandro Vilela.

Mas há um porém: Bolsonaro é um machista inveterado, com histórico de agressões a mulheres, que no final das contas acaba espantando o voto feminino. A leitora e o leitor perceberam alguma semelhança com um determinado candidato a prefeito de Aparecida?

Alcides entra no 2º turno como o nome mais rejeitado, em geral, mas particularmente com mais força pelas mulheres, conforme indicaram todas as pesquisas de credibilidade publicadas ainda no 1º turno. Um dos motivos, explicaram os cientistas políticos, é justamente o apoio do Jair ao Professor.

São dois perfis negativos, quanto ao voto feminino, se abraçando. Tanto é verdade que o ex-presidente veio a Aparecida na reta final do 1º turno para tentar empurrar o seu candidato e, mesmo assim, Vilela virou a eleição e derrotou Alcides.

Em 2022, Bolsonaro foi derrotado por Lula, desgastado por uma rejeição entre as brasileiras que chegou a 65%. Um professor da UFG, que analisou os índices de recusa a Alcides nas pesquisas do Instituto DataUFG para O Popular, concluiu que o ex-presidente não ajuda Alcides em nada e só faz aumentar a sua resistência entre as mulheres aparecidenses.

E, de fato, parece ter sido o que aconteceu. Bolsonaro é uma das causas da rejeição das mulheres ao Professor. Não à toa, a campanha de Vilela tem como meta prioritária a atração do voto feminino, explorando com sucesso os episódios polêmicos de ofensas a mulheres disparadas pelo Professor em momentos tristes da sua vida pregressa.

 

 

 

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