Aparecida

Economia de Aparecida desacelerou no ano passado sob efeito da Covid-19

Por Eduardo Marques

Depois de apresentar crescimento econômico de 122% no seu Produto Interno Bruto (PIB) em 10 anos, Aparecida desacelerou em 2020. Investimentos importantes deixaram de vir. Um exemplo é a fábrica do Guaraná Mineiro, no valor de R$ 60 milhões, prevista para começar a funcionar em outubro passado, mas que teve sequer as obras iniciadas. Segundo a avaliação da Associação Comercial e Industrial do município – ACIAG, em entrevista exclusiva ao Diário de Aparecida do presidente da entidade, Leopoldo Moreira, a culpa é da pandemia da Covid-19, que provocou uma retração da economia aparecidense.


Não somente para Aparecida, Leopoldo Moreira destacou que o vírus trouxe diversos financeiros ao mundo e ao país, ao afetar toda a cadeia produtiva. “Houve uma recessão muito grande no Brasil. No nosso Estado, a economia é dependente do agronegócio, que não foi prejudicado pela Covid-19. Na parte logística, também não afetou. Mas o comércio foi duramente atingido. Quando o comércio fecha ou diminui, a indústria acaba registrando uma queda no seu ritmo”, disse o presidente da ACIAG.

O presidente da ACIAG relembra que a pandemia fez Aparecida de Goiânia passar por uma crise: “Nós enfrentamos dois problemas principais. O primeiro foi quando houve o fechamento geral, que paralisou até as indústrias. O outro foi o incentivo que o governo federal deu para a construção civil, com uma queda nos juros para os empréstimos ao setor e uma oferta muito grande de crédito para o financiamento de imóveis e prestações subsidiadas, além de prazo de seis meses de carência ou moratório para o pagamento das parcelas. Com isso, a construção deu uma alavancada e aí começou a faltar muita coisa no mercado”, explicou.

Ao Diário de Aparecida, Leopoldo Moreira sustentou que, que, embora a economia aparecidense esteja ativa, há falta de matéria prima para o funcionamento pleno das indústrias. “A economia de certa forma está ativada, o município foi favorecido por ter um parque industrial consolidado e em boa parte voltada ao agronegócio, mas a falta de matéria prima está impactando e desacelerando as fábricas. E, de resto, faltam bens de consumo também”, acrescentou.


Leopoldo Moreira acredita que a desaceleração da economia de Aparecida de Goiânia não foi maior porque o município não depende somente de um segmento. “A pandemia afetou o mundo inteiro. Aparecida foi menos afetada do que o resto do país e do Estado, porque não é voltada apenas para um ramo produtivo. Ela é múltipla. E, hoje, Aparecida hoje tem vocação forte para a logística. Também, são muitas indústrias de cosmético, laboratórios, indústria moveleira, indústria de confecção, há uma variedade enorme, que faz com que um setor sempre faça a compensação por outro”, adiantou.


Ele afirma que a indústria de confecção, presente em Aparecida, sofreu um grande impacto negativo. Outro setor foi o da produção de insumos para a entrega de comida. “A confecção foi muito afetada. O comércio da Região da 44 fechou, ia vender para quem? Até o pessoal se reinventar houve uma perda de tempo e isso prejudicou bastante. O delivery de alimentos cresceu muito, mas em contrapartida está faltando papelão, é uma pena, mas está acontecendo”.

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