Aparecida

40% dos lotes do município estão vazios e descuidados

Prestes a completar 100 anos, Aparecida de Goiânia convive com um problema antigo: a quantidade de vazios urbanos espalhados pelo segundo maior município do Estado. Levantamento da Secretaria de Planejamento de Regulação Urbana de Aparecida revela que a cidade conta com 82 mil espaços sem nenhum tipo de construção. Isso representa 40% dos 202 mil lotes que compõem a cidade.
Para entender o que esse quebra-cabeças incompleto representa hoje, é preciso voltar um pouco no tempo. É o que explica a coordenadora de projetos e orçamentos da Secretaria de Planejamento e Regulação Urbana de Aparecida, Carolina Gontijo. “O município sofreu uma grande pressão e um processo de parcelamento que ocorreu até a década de 1990, em que foram implantados a maioria dos loteamentos existentes hoje. E isso aconteceu de forma aleatória, segregada e que gerou uma série de problemas para o que a gente vem enfrentando”, destaca.
Carolina reforça que, além de tudo isso, os vazios urbanos fazem com que as regiões de uma cidade fiquem desconectadas com os grandes centros. Esses problemas envolvem desde os primeiros moradores até a infraestrutura atual. “A falta de preocupação e a continuidade do sistema viário, a falta de infraestrutura, os grandes vazios urbanos que foram se implantando. Infraestrutura, a gente está falando não só de asfalto, água, esgoto, mas de equipamentos comunitários, de espaços de lazer, parques públicos. Somado a isso, a gente ainda tem o fato de que, além de a cidade ser nova, a maioria da população foi formada por migrantes”, pontua.
Tentando reverter esse cenário, a atual gestão decidiu fazer com que a cidade seja reestruturada e tenha todas as regiões conectadas. Para isso, o Executivo pensou em quatro novos eixos: mobilidade urbana, zoneamento, adensamento e qualificação da paisagem urbana. Segundo a coordenadora, isso colabora para a ocupação desses espaços e para dar função social a eles.
“A gente sabe que a população tem as suas demandas, tem que colocar asfalto, energia. A gente precisa suprir as outras necessidades. É preciso dar espaço de lazer para essa população, qualificar a paisagem urbana, e estimular que mais pessoas usufruam daquele espaço, usufruam da cidade”, afirma.
Isso ficou evidente na construção da Avenida Jataí ou Avenida W-1, que faz a ligação entre o Jardim dos Buritis ao Jardim Bela Vista. Elas são vias largas e são tidas como exemplo para agilizar a mobilidade e mais alguma alternativa expressa para quem precisa se deslocar pela região.
“A gente tinha um imenso vazio naquela região. Atravessar a BR-153 é uma transposição complicada, até porque hoje ela tem mais características de uma avenida do que uma rodovia. As pessoas utilizam a rodovia para circular dentro da cidade, ou para sair ou vir de Goiânia para Aparecida”, sublinha Carolina.
O mecanismo que orienta a ocupação do solo urbano é o Plano Diretor, que deve ser discutido em conjunto com a sociedade. O segundo e último Plano Diretor de Aparecida de Goiânia foi lançado em 2016. Atualmente, está em andamento a licitação da instituição que realizará o gerenciamento da elaboração do novo plano. A abertura do envelope com os resultados ocorrerá em julho deste ano.

Praças
Com o objetivo de urbanizar a cidade, Aparecida também adotou a criação de praças em vazios urbanos que está em vigor desde janeiro deste ano. Esses espaços públicos ainda levam lazer, diversão e o esporte para proporcionar a integração da família na comunidade, mas também contribuem para uma melhor qualidade de vida.
“Somente no ano passado, foram investidos cerca de R$ 2,5 milhões na construção de praças. Esses espaços públicos ajudam no bem-estar da população e queremos garantir isso para todos os moradores da cidade, levando praças para todos os cantos”, sublinhou Gustavo Mendanha, prefeito da cidade.
Segundo o secretário de Desenvolvimento Urbano, Max Menezes, a Prefeitura de Aparecida busca manter um padrão de praça composta sempre com pergolados, bancos em madeira, playground, pista de caminhada com piso adequado e academias da terceira idade (ATI), também conhecidas como academia aberta. “Mas o selo que cada uma dessas praças leva é o de obra feita com o máximo de qualidade”, ressalta.

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