Aparecida

Déficit crônico de vagas nos Cmei’s segue atormentando as famílias

O déficit de vagas no ensino público infantil em Aparecida é crônico. O prefeito Gustavo Mendanha cumpriu o seu 1º mandato sem resolver a questão e começou o 2º sem dar nenhum sinal de que vai enfrentar esse desafio. Nada é mais grave, em termos educacionais, do que a persistência desse problema: não há vagas suficientes para todas as mães que querem matricular seus filhos nos Centros Municipais de Educação Infantil, os Cmei’s, que na prática funcionam como creches para dar suporte às trabalhadoras aparecidenses enquanto cumprem expediente.
A ex-secretária municipal de Educação de Aparecida Valéria Pettersen, que abandonou a pasta para se candidatar e conquistar uma vaga de vereadora, alega que recebeu dos seus antecessores uma herança pesada, configurada na falta de vagas na Educação Infantil. Ela afirma que tentou contornar ou pelo menos amenizar o problema celebrando convênios com instituições filantrópicas, a maioria religiosas, para o acolhimento das crianças em idade de receber a chamada Educação Infantil.
Até o mês de abril, o número de crianças no cadastro reserva dos Cmei’s estava em 7.060. Pior: pelo menos 25% dos alunos da rede municipal não conseguem assistir às aulas remotas, nova realidade do ensino em todo o mundo. Isso porque não têm acesso à internet para o ensino a distância. Essa é a “cidade inteligente” que o marketing da prefeitura vende diariamente.
O prefeito Gustavo Mendanha chegou a anunciar festivamente a construção de 15 novos Cmei’s, sendo que 11 estariam com projeto de engenharia aprovado, aguardando apenas o aporte financeiro do governo federal para ter suas obras iniciadas. Um exagero. Nada aconteceu. Atualmente Aparecida conta com 31 Cmei’s, 56 escolas municipais em Tempo Parcial, cinco escolas em Tempo Integral e 22 instituições conveniadas. Mesmo assim, sem conseguir atender à demanda.
Valéria Pettersen deixou a Secretaria Municipal de Educação admitindo que o déficit de vagas na Educação Infantil em Aparecida é real e não será resolvido tão cedo no município. “O déficit de vagas na Educação Infantil, de responsabilidade da prefeitura, é real, segue afligindo as mães aparecidenses e, pelo jeito, não vai ser resolvido tão cedo”, disse ela.
Um exemplo do descaso do poder público com a falta de Cmei’s no município é a construção do Cmei Comendador Walmor, que se iniciou em novembro de 2014 para entrega em junho de 2015. A obra, orçada em quase R$ 2 milhões, segue abandonada, transformada em valhacouto para depredação de vândalos e motivo de preocupação para a comunidade.
O DA entrou em contato com a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Educação de Aparecida de Goiânia para saber sobre as obras de Cmei’s que estão em construção, bem como o déficit de vagas na educação infantil na rede, mas até o fechamento desta edição não obteve retorno.

 

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