Pandemia afastou investimentos, paralisando a renda e o emprego
Aparecida de Goiânia completa 99 anos nesta terça-feira, 11 de maio. O Centenário vem aí. Na economia, o desafio a enfrentar é a necessidade de reverter a desaceleração que a pandemia do novo coronavírus trouxe para a atração de investimentos e criação de emprego e renda.
Com o prefeito Gustavo Mendanha a caminho de completar cinco meses desde que iniciou o 2º mandato, mas ainda sem medidas para reagir ao impacto negativo da Covid-19 sobre o comércio, indústria e serviços, muitos negócios faliram e, por conta da insegurança generalizada, outros nem vieram. Em 2021, a cada dia útil, quatro empresas fecham as portas em Aparecida. Nos três primeiros meses deste ano, foram 214 empresas do município desligadas da Junta Comercial do Estado de Goiás (Juceg). Desde março do último ano, 799 empreendimentos cessaram suas atividades no município.
O presidente da Associação Comercial, Industrial e Empresarial da Região Leste de Aparecida de Goiânia (Acirlag), Maione Padeiro, explicou ao Diário de Aparecida que, devido à insegurança fiscal e política, os empresários não buscam mais investir no município. “É um momento de muita incerteza, em todos os campos. Há muita preocupação com o futuro. Ninguém sabe se vai conseguir matéria-prima, há a instabilidade do dólar. O que afeta a pequena empresa, afeta também a grande. O resultado é que a atração de novas empresas para Aparecida está completamente paralisada”, afirmou.
Maione frisa que a Prefeitura de Aparecida contribuiu para esse ambiente de retração ao deixar de implantar estratégias de incentivos fiscais aos comerciantes, o que também inibe os novos empreendedores. “A prefeitura não prorrogou os impostos. Não ofereceu nenhuma linha de crédito disponível. Nenhum paliativo. Ficou muito difícil”, acrescentou.
Ele revelou que o prefeito Gustavo Mendanha e o secretário municipal da Fazenda, André Rosa, foram procurados pelas entidades comerciais e industriais para discutir proposta de auxílio financeiro aos empresários prejudicados com a paralisação de suas atividades, mas obrigados a continuar a pagar despesas como água, energia elétrica, aluguel e os tributos. “Pedimos a suspensão e prorrogação do pagamento até o fim da pandemia dos impostos ISS, IPTU, taxas, licenças e tudo o mais, mas não fomos atendidos.”
Em junho de 2020, a Prefeitura de Aparecida de Goiânia sancionou uma lei que possibilitaria o oferecimento de linhas de crédito emergenciais, com juros subsidiados pelo município, às microempresas, empresas de pequeno porte e profissionais liberais. Entretanto, a proposta ficou no papel. Uma tentativa de contato com a Secretaria Municipal da Fazenda do município para colher informações sobre essa linha de crédito não foi respondida.
Fechamento de empresas tende a ser maior neste ano
Quatro empresas fecharam as portas em Aparecida a cada dia útil nos três primeiros meses de 2021. Nesse período, foram 214 empresas do município desligadas da Junta Comercial do Estado de Goiás (Juceg), totalizando 799 empreendimentos que deixaram de existir.
Esse número tende a crescer. Os micro e pequenos empresários tiveram algum fôlego com os programas de auxílio financeiro lançados pelo governador Ronaldo Caiado, que injetaram mais de R$ 200 milhões, no total, através dos órgãos de fomento estaduais. Mas ficou faltando a ajuda da prefeitura.
O presidente da Associação Goiana de Micro e Pequenas Empresas (AGPE) de Aparecida de Goiânia, Lívio Queiroz, diz que esses números revelam apenas a ponta do iceberg. “A partir de agora, vamos ver o tamanho real do prejuízo de empresas que não vão conseguir segurar o arrocho”, prevê ele. Lívio ainda defende que todos os mecanismos de apoio ao empresariado lançados até agora não são suficientes para frear o fechamento de empresas, que tende a seguir em alta.
O presidente da GoiásFomento, Rivael Aguiar Pereira, revelou que, nos primeiros 37 dias do Programa Estadual de Apoio ao Empreendedor, foram registradas 8.489 solicitações de empréstimos a juro zero, conforme disponibilizado pelo governo do Estado. Dessas, 1.100 tiveram o crédito liberado.
O programa liberou R$ 112 milhões para empréstimos a juro zero para micro e pequenos empresários, desde que não demitam funcionários. As linhas de crédito vão continuar a ser operacionalizadas pela GoiásFomento, com opções entre R$ 5 mil e R$ 50 mil, com carência de seis meses e até 36 meses para pagamento.