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Iris desautoriza Mendanha e não quer o MDB contrário à reeleição de Caiado

O ex-governador e ex-prefeito de Goiânia Iris Rezende vai fazer chegar a Gustavo Mendanha a sua posição: não quer o MDB com nome próprio na disputa pelo governo de Goiás em 2022. Iris defende, desde já, a aliança do partido com o DEM em apoio à reeleição do governador Ronaldo Caiado.

Em conversas com aliados, o ex-prefeito tem dito que, por ser jovem e estar no início do 2º mandato de chefe do Executivo em Aparecida de Goiânia, Mendanha pode esperar 2026 para se aventurar na política estadual. O prefeito do município tem dito que, se o MDB não indicar o candidato a vice na chapa de Caiado, está disposto a enfrentar as urnas, na corrida ao Palácio das Esmeraldas, mesmo sendo adversário do governador, atualmente com ampla vantagem sobre os seus possíveis concorrentes.

Iris Rezende, que vem sendo lembrado para disputar cadeira ao Senado, na aliança do MDB com o DEM caiadista, prefere não antecipar uma decisão sobre a sua própria candidatura ao Senado, no ano que vem, na companhia de Caiado. Ele tem conversado com todos que o procuram em seu escritório, no Setor Marista, em Goiânia, mas não tem resposta ainda sobre os apelos para que retorne à militância política e eleitoral.

Não sendo candidato a senador, Iris prefere que o MDB indique nome para a vaga de vice na chapa de Caiado. O MDB tem o nome do presidente estadual do partido, Daniel Vilela, para oferecer. Ao procurar o líder emedebista esta semana, em Goiânia, Gustavo Mendanha tinha a intenção de revelar a Iris seu projeto de subir de nível e tentar um espaço na política estadual. Mas o velho cacique não abriu brechas para o assunto e disse considerar precoces as tratativas sobre as eleições de 2022, em especial diante do momento de enfrentamento à pandemia do coronavírus.

O ex-prefeito é claro: por realizar um “governo notável” e com elevados índices de aprovação popular, Caiado merece receber o apoio do MDB para o 2º mandato ao Palácio das Esmeraldas. “Por que não apoiar um governador que vai bem, como o Caiado?”, repete Iris a interlocutores em seu escritório político.

Mendanha consulta Marconi e Sandro Mabel sobre 2022

Observadores políticos experientes sustentam que o prefeito Gustavo Mendanha passou a admitir a possibilidade de renunciar ao cargo para concorrer à sucessão estadual como forma de pressionar o governador Ronaldo Caiado a ceder ao MDB a candidatura a vice-governador em sua chapa. Mendanha, que inicia cercado de problemas o 2º mandato em Aparecida, sabe que a renúncia ao cargo de prefeito só traria dores de cabeça: o vice, Vilmar Mariano (MDB), que foi escolhido, à última hora, para substituir Veter Martins (PSD), não é confiável em razão do seu temperamento difícil e falta de experiência administrativa.

Emedebistas também indagam: Mendanha está disposto a trocar o mandato de quatro anos de prefeito de Aparecida de Goiânia, segunda maior cidade do Estado, por um suicídio eleitoral, ainda mais enfrentando um governador que tem altos índices de popularidade em Goiás? Outro fator que leva emedebistas a aconselhar Mendanha a abortar o projeto 2022: andar pelo Estado, ao lado de lideranças políticas oposicionistas desgastadas, como Marconi Perillo, Jorcelino Braga, Sandro Mabel (ex-deputado federal e presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás), seria uma decisão de alto risco pelos desgastes embutidos, ao ponto de sepultar, de vez, a sua carreira política.

O próprio Daniel Vilela, conforme revelou um dos prefeitos próximos, está assustado com a “impertinência e impulsão política” de Mendanha. O dirigente emedebista pondera que, em razão dos últimos acontecimentos – perda de Maguito Vilela, rompimento do MDB com o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz –, o partido precisa ter maior cautela nas interlocuções e definições políticas visando 2022.

Preocupa Daniel, também, o fato de o colega do MDB entrar em “rota de colisão” com o Palácio das Esmeraldas, já que é visível a contrariedade do governador em relação ao prefeito de Aparecida, situação que se agravou já na campanha eleitoral do ano passado na cidade.

Como as convenções partidárias somente ocorrerão em final de julho do ano que vem, Daniel Vilela, Iris Rezende, Luiz do Carmo e outras lideranças do MDB, como prefeitos e deputados estaduais, entendem que “prudência e caldo de galinha” não fazem mal a ninguém, muito menos aos emedebistas. A meta do MDB de Goiás, segundo revela Daniel Vilela, é a de conquistar expressivas bancadas à Câmara Federal e à Assembleia Legislativa para, enfim, em 2026, dar passos mais à frente, como buscar a conquista do governo de Goiás e duas vagas ao Senado da República.

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