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Processos e má gestão em São Paulo inviabilizam Baldy para o ano que vem

Alexandre Baldy, ex-deputado federal, ex-ministro das Cidades no Governo Michel Temer e atual secretário de Transportes Metropolitanos do governador João Doria, em São Paulo, enfrenta uma longa e espinhosa missão: construir o projeto de disputar, por Goiás, ano que vem, o mandato de senador da República, após se envolver em processos por improbidade administrativa e má gestão no cargo que ocupa em São Paulo.

Baldy, que preside em Goiás o partido Progressistas, tentou inicialmente sedimentar sua candidatura ao Senado na chapa de Ronaldo Caiado (DEM), que vai concorrer à reeleição em 2022, mas entrou em “rota de colisão” com o Palácio das Esmeraldas ao fazer críticas ao governador durante o processo de eleição da presidência da Câmara dos Deputados. Na ânsia de agradar ao então candidato Arthur Lira (PP/AL), Baldy foi infeliz, em entrevista ao jornal O Popular, ao reprovar a conduta política de Ronaldo Caiado. Ato contínuo, o governador afastou os indicados de Baldy no governo, inclusive o irmão dele, Adriano Baldy, então secretário de Cultura. A tentativa do prefeito de Anápolis, Roberto Naves (PP), que tem trânsito livre no Palácio das Esmeraldas, de reaproximar Baldy de Caiado não teve êxito. Alexandre Baldy tem uma imagem desgastada, a partir do instante em que chegou a ser preso pela Polícia Federal, em razão de denúncias de recebimento de propinas em contratos com a Secretaria de Saúde do governo do Rio de Janeiro.

Semana passada, mais uma surpresa ruim para Baldy: a investigação da Lava Jato envolvendo o secretário de Transportes Metropolitanos do governo de João Doria foi remetida ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) em meio a denúncias de caixa 2. O caso agora será analisado pelo STJ em razão da citação por delatores do vice-governador de Goiás, Lincoln Tejota, e de seu pai, o conselheiro do Tribunal de Contas de Goiás, Sebastião Tejota, em suposto esquema na área da Saúde junto a Baldy.

Por conta da menção ao conselheiro Sebastião Tejota, que tem foro especial no STJ, a Justiça Eleitoral de Goiás remeteu o processo à corte, em Brasília. Baldy chegou a ser preso em agosto do ano passado na Operação Dardanários, um desdobramento da Lava Jato do Rio de Janeiro. O secretário foi solto no dia seguinte, após o Supremo Tribunal Federal (STF) considerar a prisão ilegal. Após isso, o caso foi remetido à Justiça Eleitoral de Goiás por determinação do ministro Gilmar Mendes.

A defesa de Baldy nega as acusações e afirma que ele não ocupava cargos nos órgãos em que os delatores dizem que houve esquema.

Metrô de SP tem prejuízo de R$ 1,7 bilhão, corta trens e aumenta espera de usuário

A Companhia do Metropolitano (Metrô) de São Paulo registrou um tombo histórico em suas receitas no ano de 2020, terminando o ano com um prejuízo inédito de R$ 1,7 bilhão. O resultado decorre da queda do número de passageiros no sistema, durante a gestão do secretário de Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy.

O metrô cometeu o erro de retirar trens de circulação e aumentar o tempo de espera nas plataformas no momento em que os passageiros precisavam estar mais distantes uns dos outros. A retirada de trens ocorreu tanto nos intervalos entre os horários de rush quanto nas horas de pico. Os dados são do Relatório Integrado Anual Metrô, que a empresa tem de publicar em seu Portal da Transparência. Ao longo de 2020, em mais de uma ocasião, o secretário dos Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, afirmou que operava com 100% da frota disponível, ante as queixas de lotação.

O prejuízo colocou em risco o equilíbrio financeiro do metrô, o que pode comprometer as operações. Caso não haja reação, o sistema não vai conseguir recuperar a demanda em nível suficiente para restabelecer equilíbrio econômico-financeiro. As ações de redução de custos e as atividades de obtenção de receitas tarifárias não serão suficientes.

Os dirigentes do metrô falam em cortes de investimentos e atrasos na execução de obras diante desse cenário. Da série de ações previstas para cortar custos está o fechamento de 25 bilheterias em estações. Os investimentos programados para este ano ainda estão em análise e colocam o gestor da área, Alexandre Baldy, em xeque. A redução dos trens também resultaria da falta de funcionários, uma vez que parte da equipe está em casa por causa da crise da Covid-19 e parte se infectou com o coronavírus. (H.L.)

R$ 2,6 milhões em propinas

Segundo o Ministério Público Federal, o ex-ministro Alexandre Baldy recebeu R$ 2,6 milhões em propinas de dirigentes da organização social Pró-Saúde e da empresa Vermute de 2014 a 2018. No período, Baldy foi deputado federal por Goiás e ministro das Cidades no governo de Michel Temer, de novembro de 2017 a dezembro de 2018.

Segundo os procuradores, Baldy usou da influência dos dois cargos para intermediar contratos, sobre os quais ganharia um percentual. Os crimes envolveram o governo de Goiás e a Fiocruz. Não há acusações vinculadas ao governo de São Paulo.

O ex-ministro nega ilegalidades e já afirmou ter sido “violado” em seu “direito de defesa”. O MPF afirma que Baldy recebeu R$ 500 mil para interceder junto ao governo de Goiás para o pagamento de valores a receber pela Pró-Saúde. Segundo a denúncia, outros R$ 960 mil foram recebidos pela contratação da empresa Vermute pela Junta Comercial de Goiás. Os procuradores dizem ainda que Baldy recebeu mais R$ 1,15 milhão para viabilizar a contratação da empresa pela Fiocruz.

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