Aparecida

Obra de Mendanha, o loteamento político da prefeitura é escandaloso

Para retribuir o apoio que recebeu nas eleições de 2020 e garantir uma aura de unanimidade em torno do seu nome, além de eliminar a oposição, o prefeito Gustavo Mendanha (MDB) decidiu, logo após proclamação dos resultados, distribuir os cargos de 1º escalão (secretarias, secretarias executivas, assessorias especiais) aos presidentes ou indicados dos partidos políticos e dos 25 vereadores.

Neste quesito, Mendanha contrariou os seus aliados políticos que ocuparam a prefeitura de Aparecida de Goiânia, Ademir Menezes e Maguito Vilela, que evitaram o loteamento da administração entre a classe política. Mesmo nomeando um ou outro político para os seus respectivos secretariados, Ademir e Maguito fizeram avaliação de capacidade técnico- administrativa de cada indicado aos cargos.

Já Mendanha não teve esse cuidado, evitando qualquer seleção técnica dos nomes indicados pelos partidos. Ele nem sequer solicitou listas tríplices aos partidos, para que pudesse ter liberdade na hora de escolher seus auxiliares. Nas duas gestões de Mendanha, os partidos indicaram seus próprios presidentes, que foram imediatamente nomeados para cargos no 1º escalão, levando seus apaniguados para o 2º.

Há casos escandalosos, como o de Felipe Cortês, nomeado para a pasta de Relações Institucionais que, mesmo sendo candidato a vereador em Goiânia, ano passado, assegurou vaga na equipe do prefeito aparecidense, como representante do Podemos. O PSDB, que por 16 anos perseguiu os emedebistas Estado afora, tem postura diferente em Aparecida, onde é aliado de Mendanha, com Vanilson Bueno ocupando a secretaria municipal de Ação Integrada.

Nos governos de Ademir e Maguito, os tucanos ficaram longe da prefeitura. Diferente do prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos) e do governador Ronaldo Caiado (DEM), que não aceitaram interferência de partidos na administração, Gustavo Mendanha “escancarou” a gestão aparecidenses às legendas, sem critério e sem disciplina na definição dos nomes indicados aos cargos.

Qual o resultado disso? Caiu a qualidade dos serviços prestados e também a produtividade no cumprimento das demandas da sociedade aparecidense. Afinal, nem todos os dirigentes partidários têm qualificação para o exercício da gestão pública. Em Aparecida, são visíveis as deficiências da administração, principalmente em áreas importantes como Saúde, Educação, Infraestrutura, Meio Ambiente, Esportes e Lazer, Cultura e Ciência & Tecnologia, diferentemente da propaganda oficial da prefeitura, que vende um mar de rosas no município.

Pesquisas mostram que a sociedade reprova gestos como esse de loteamento de cargos públicos para atender demandas eleitorais com os partidos, o que amplia os índices de rejeições dos administradores. Ao lotear a prefeitura aos partidos políticos, Gustavo Mendanha não se preocupou em “blindar” a sua imagem junto à população, se submetendo aos riscos de reprovação de seus atos à frente da Cidade Administrativa.

Apesar de exercer o seu 4º mandato eletivo – dois de vereador e dois de prefeito – práticas viciadas e negativas como loteamento de cargos públicos continuaram sendo vistas sob o comando de Gustavo Mendanha. Resultado: Aparecida tem mais secretarias do que a prefeitura de São Paulo, a maior do país.

 

 

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo