Após quase um ano de pré-campanha, Mendanha ainda não conseguiu partidos
Após praticamente um ano de pré-campanha, o prefeito Gustavo Mendanha não conseguiu ainda reunir um leque de partidos capaz de dar sustentação ao seu projeto de disputar o governo de Goiás. Até agora apenas o PTC e a DC – partidos de aluguel que não têm fundo eleitoral, tempo na propaganda política de rádio e televisão e militância – se manifestaram apoio a Mendanha.
O PL, que era dado como certo no respaldo a Gustavo Mendanha, mergulhou em uma crise interna em Goiás, com os grupos de Vitor Hugo e Magda Mofatto trocando farpas pela imprensa e redes sociais.
Vitor Hugo, que foi lançado candidato a governador pelo presidente Jair Bolsonaro, rejeita Mendanha, acusando o prefeito aparecidense de fazer “jogo duplo” em relação ao presidente Jair Bolsonaro e às esquerdas (Lula).
A ala liderada pela deputada Magda Mofatto foi surpreendida com a chegada de Jair Bolsonaro e seus aliados e, mais ainda, com o lançamento da candidatura de Vitor Hugo ao governo, ela que tem preferência por Mendanha.
O PSDB, por sua vez, já fez convite para Mendanha se filiar, mas o prefeito rejeitou qualquer aproximação política com os ex-governadores Marconi Perillo e José Eliton, temendo desgastes em razão das derrotas sofridas pelos tucanos em 2018 e 2020 e os escândalos de corrupção em que foram envolvidos.
O Patriota, que é presidido em Goiás pelo marqueteiro Jorcelino Braga, lançou o ex-prefeito de Trindade, Jânio Darrot, à sucessão estadual. Darrot faz críticas a Gustavo Mendanha; “Ao renunciar ao cargo de prefeito, Mendanha vai virar espuma”, disse Darrot, em entrevista a O Popular, no início do ano.
A possível aliança do Podemos, do ex-juiz Sérgio Moro, com o União Brasil também é vista pelo núcleo político do Palácio das Esmeraldas como conveniente para o governador Ronaldo Caiado, que demonstra, nos bastidores, entusiasmo com a possibilidade. Na visão palaciana, a candidatura de Moro tem apelo junto ao eleitorado conservador, caro ao governador, e represente uma alternativa viável ao cada vez mais evidente afastamento em relação ao presidente Jair Bolsonaro (PL).
Para além disso, governistas avaliam que o alinhamento nacional entre os dois partidos terá um importante reflexo local: o de fechar mais uma porta para Gustavo Mendanha, pré-candidato a governador pela oposição. Sem partido, o prefeito de Aparecida tinha no PL e no Podemos duas de suas principais alternativas para 2022. (H.L.)