Aparecida

“Prefeitura teria que gastar uns R$ 10 milhões para sanar as questões trabalhistas da Guarda Civil”

“Complicado né? O Gustavo Mendanha nunca pagou as dívidas com o servidor, não vai ser agora que vai pagar. Estamos desacreditados”, disse líder classista da GCM

Ana Paula Arantes

 

Após o cancelamento da reunião que seria com o prefeito Gustavo Mendanha com as lideranças classistas da Guarda Civil Municipal (GCM) para o último dia 8 de dezembro, alguns presidentes das entidades manifestaram ao Diário de Aparecida a desmotivação de esperar as atualizações salariais da guarda pelo poder público municipal.

Segundo o Inspetor Amâncio, presidente da Associação  Municipal  de  Proteção  aos  Inspetores e Guardas Civis (AMPIGUC) a falta de transparência das informações às entidades deixa a interpretação do que está evidente nas redes sociais: a preocupação exacerbada do líder municipal em focar nas eleições do próximo ano no interior do Estado do que nos problemas da gestão atual.

“O prefeito desmarcou a reunião do dia 8 de dezembro. Disse que enviou as questões apresentadas a ele para a Procuradoria do município, mas as informações estão desencontradas lá. Sinceramente, isso não vai dar em nada. Pessoas estão dizendo que enviaram para a Procuradoria só questões de carga horária; então não chegou lá o que nós pedimos”, falou o Inspetor Amâncio.

Em sua fala, Amâncio presumiu que a prefeitura de Aparecida teria que gastar uns 10 milhões de reais para sanar as questões trabalhistas da Guarda Civil. Segundo ele, ainda que fosse parcelado em 36 meses, a gestão deveria fazê-lo.

“Será que o prefeito vai querer gastar 10 milhões com a Guarda para pagar dívida, como horas extras que foram pagas pela metade? Complicado né? Falo em nome da associação que represento, estamos desacreditados. Eu vou lá e trabalho, porque é minha obrigação e dever como representante. Na minha opinião, o prefeito não nos pagará. O Gustavo Mendanha nunca pagou as dívidas com o servidor, não vai ser agora que vai paga”, opinou.

 

Sem êxito

Djheis William de Azevedo, presidente da Associação do Servidor Público Municipal e Estadual do Estado de Goiás (ASEMGO) disse ao Diário de Aparecida que até ontem estavam tentando marcar outro encontro com o prefeito, porém, até o momento, sem êxito. Djheis explicou que as tentativas ocorrem pelas vias da administração pública, mas o diálogo não acontece. Então os líderes não veem outro meio a não ser socorrerem-se ao Poder Judiciário.

“A Justiça favoreceu a Guarda e mandou o município pagar 5 anos retroativos de ticket alimentação, vale-transporte, o que é uma vitória para a Guarda Municipal. Ganhamos também quinquênio e horas extras que estava sendo pago errado. O município chegou a recorrer na 2ª instância, mas perderam. Esta ação quem entrou foi o SINDGUARDAS, no qual concordamos em juntos buscarmos justiça, por não encontrarmos outro meio; mas ainda sim, estamos tentando dialogar com o prefeito”, disse, Djheis William de Azevedo, presidente da ASEMGO.

“Estamos na luta. Mas o que se vê é o prefeito correndo atrás da campanha política dele”

O Sindicato dos Guardas Civis Municipais do Estado de Goiás (SINDGUARDAS) acredita que mesmo a justiça ordenando o pagamento dos retroativos do ticket alimentação, vale-transporte, a prefeitura, como de praxe, deverá recorrer até a última instância. Porém, o presidente confirma que o combate pelos benefícios dos guardas irá continuar, assim, posicionou, Ronaldo Ferreira Egídio, Guarda Civil e presidente SINDGUARDAS.

“Até agora está tudo enrolado, não deram a data-base, não deram o quinquênio nem os planos de cargos e salários. Estamos na luta, esperando a próxima reunião com o prefeito. Mas o que se vê é ele correndo atrás da campanha política dele. Estamos abandonado pela gestão pública e os Guardas ganhando, ainda, um salário mínimo”

Egídio pontuou que a maioria das liminares e sentenças, a GCM está conseguindo na Justiça. A última sentença que ganhamos foi referente ao quinquênio que os agentes recebiam em cima do salário mínimo, e agora já recebem sob o R.E.T.G.M. (Regime Especial de Trabalho da Guarda Municipal) e outros benefícios. Ainda ganharam por vias judiciais uma ação das horas extras em torno de 35 mil para cada guarda.

“Fico pensando, se o prefeito ganhar para o governo, como ele vai tratar os outros servidores públicos? Porque os da base estão esquecidos com salários gelados, ganhando o mínimo. Imagina o Estado que ele terá que acomodar milhares de homens na segurança pública. No próprio município ele não está cumprindo o que ordena a lei municipal. Como vai fazer uma boa gestão no Estado?”, perguntou, Egídio. (A.P.A.)

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